“Obrigado pela transição suave”: Trump e Biden reuniram-se na Casa Branca

Joe Biden recebeu na Casa Branca o futuro Presidente dos EUA. É a primeira vez que Donald Trump regressa à residência oficial do chefe de Estado desde 2020. O encontro foi “cordial e gracioso”.

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Joe Biden está com o seu sucessor, Donald Trump, numa reunião que o próprio não organizou quando perdeu as eleições de 2020 para o actual Presidente norte-americano Kevin Lamarque / REUTERS
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Joe Biden e Donald Trump estiveram reunidos esta quarta-feira, 13 de Novembro, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington D.C.. É o primeiro encontro entre o actual Presidente norte-americano e o futuro chefe de Estado do país desde que as eleições deste mês deram a vitória aos republicanos frente à democrata (e ainda vice-presidente) Kamala Harris. Numa breve troca de palavras, Biden disse que asseguraria uma "suave transição" de poder a Trump: "Bem-vindo de volta", acrescentou. O futuro Presidente agradeceu e comentou que "a política é difícil", mas que "hoje o mundo está a ser bom". Biden respondeu simplesmente: "De nada."

Apesar do aparato mediático montado junto à Casa Branca, a chegada de Donald Trump à residência oficial do Presidente norte-americano não foi captado pelas câmaras de televisão. O futuro chefe de Estado chegou por uma entrada onde a presença de jornalistas não é permitida, por serem zonas com um nível de segurança mais elevado. Alguns repórteres estiveram no interior da Casa Branca e gravaram os primeiros momentos do encontro entre Trump e Biden, mas acabaram por abandonar a sala.

Donald Trump e Joe Biden estiveram reunidos de forma privada. Os temas que estiveram em cima da mesa não foram adiantados pela administração Biden, nem pela equipa por detrás de Trump, mas acreditava-se que estiveram a debater assuntos internos do país e os detalhes da transição administrativa. Numa conferência de imprensa após a reunião de quase duas horas, Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, indicou que a conversa entre Donald Trump e Joe Biden foi "cordial e graciosa". A reunião envolveu um debate "aprofundado" sobre questões "internas e externas".

Joe Biden está, assim, com o seu sucessor numa reunião que o próprio não organizou em 2020 para o actual Presidente norte-americano, quando o democrata venceu as eleições e impediu Donald Trump de cumprir um segundo mandato consecutivo. Trump nunca reconheceu a vitória de Joe Biden nas eleições de há quatro anos e nunca regressou à Casa Branca desde que abandonou o cargo que agora recuperou nas urnas.

Além da reunião, a primeira-dama dos Estados Unidos também terá enviado uma carta a Melania Trump, mulher de Donald Trump e, por isso, futura primeira-dama. Jill Biden estava com o marido quando Donald Trump chegou à Casa Branca e até tinha convidado Melania para um encontro entre as duas, paralelo à reunião entre os dois presidentes, mas a mulher do futuro Presidente norte-americano recusou, afirmando que já tinha compromissos relacionados com o seu livro. Por isso, Jill Biden "entregou ao senhor Trump uma carta manuscrita de felicitações para a senhora Trump, onde também expressou a disponibilidade da sua equipa para ajudar na transição​".

Transição está dependente de assinaturas

De acordo com a Reuters, a transição de poder tem encontrado obstáculos. A equipa de Trump, que já anunciou alguns membros do gabinete do novo Presidente, ainda não assinou os acordos que lhes daria acesso ao espaço de escritório e ao equipamento do Governo, bem como acesso a funcionários, instalações e informações internas, de acordo com a Casa Branca.

“Os advogados da transição Trump-Vance continuam a envolver-se construtivamente com os advogados da administração Biden-Harris em relação a todos os acordos contemplados pela Lei de Transição Presidencial”, disse Brian Vance, porta-voz da transição Trump, referindo-se à lei que rege a transferência de poder.

Valerie Smith Boyd, directora do Centro para a Transição Presidencial da Parceria para o Serviço Público, uma organização sem fins lucrativos que aconselha as novas administrações, disse que o acordo sublinha que os Estados Unidos só têm um Presidente de cada vez e inclui promessas de assinar pactos éticos para não lucrar com as informações fornecidas na transição. “Isso tem de ser assinado para que se inicie a interacção com as agências federais”, disse: "Tudo depende disso."