Nove barcos com um total de 572 migrantes interceptados no Canal da Mancha

Keir Starmer anunciou novas medidas para combater os grupos criminosos que se dedicam ao tráfico humano desde os Balcãs e reduzir, assim, o número de embarcações que chegam desde a Europa Continental.

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Migrantes chegam ao Reino Unido REUTERS/Chris J. Ratcliffe
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O Ministério do Interior britânico anunciou este domingo que foram interceptados, no sábado, nove barcos com um total de 572 pessoas que tentavam atravessar o Canal da Mancha.

Londres indicou que, com estes, são 32.691 os migrantes que, este ano, chegaram às costas britânicas, mais 22% do que no período homólogo ao ano anterior.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou novas medidas para combater os grupos criminosos que se dedicam ao tráfico de seres humanos desde os Balcãs e reduzir, assim, o número de embarcações que chegam desde a Europa Continental. Starmer garantiu que tratarão os traficantes de seres humanos como “terroristas”.

Na semana passada, foram encontrados quatro corpos nas águas perto de Calais, segundo a Guarda Costeira francesa. Também a Polícia de Kent, no Reino Unido, revelou ter recuperado, na terça-feira, um corpo nas águas do Canal da Mancha, perto de Dover.

No total, 50 pessoas morreram este ano a tentar entrar no Reino Unido, segundo o balanço da Guarda Costeira francesa, balanço esse que não inclui estas últimas mortes.

A redução da imigração, tanto legal como ilegal, esteve no centro da recente campanha eleitoral que viu o Partido Trabalhista regressar ao poder após 14 anos na oposição.

O partido anti-imigração Reforma do Reino Unido, de Nigel Farage, registou um crescimento sem precedentes, obtendo cerca de 14% dos votos e conquistando cinco lugares no parlamento.

Desde que assumiu o poder, o primeiro-ministro, Keir Starmer, abandonou o plano conservador de deportar migrantes para o Ruanda e está a dar prioridade à luta contra os traficantes.

Starmer criou um centro de comando para esta questão, chefiado por um antigo oficial superior da polícia, e apela a uma maior cooperação com os seus vizinhos europeus.