Kamala Harris no Saturday Night Live apela aos EUA para que “mantenham a calma” antes das eleições

Harris representou-se a si própria, aparecendo num espelho em frente à actriz que a interpreta no programa, Maya Rudolph.

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Kamala Harris e Maya Rudolph Kevin Lamarque/REUTERS
Democratic U.S. vice presidential candidate Kamala Harris gives remarks during an event, in Philadelphia, Pennsylvania, November 2, 2020. REUTERS/Jonathan Ernst
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Kamala Harris continua em campanha JONATHAN ERNST/Reuters
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A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, apareceu no programa de comédia televisiva Saturday Night Live (SNL), neste sábado à noite, dando um toque de surpresa às eleições presidenciais americanas, apenas três dias antes do seu confronto com o republicano Donald Trump.

Harris representou-se a si própria, aparecendo num espelho em frente à actriz que a interpreta no programa, Maya Rudolph, que se preparava nervosamente para um discurso de campanha.

Vestidas de forma idêntica, com um fato preto e pérolas, as duas trocaram variações do primeiro nome de Harris, Kamala, dizendo que os americanos querem “acabar com o drama-la” na política “com uma nova madrasta-ala fixe”, numa referência à sua vida pessoal — a actual vice-presidente tem dois enteados.

Keep Calm-ala and carry on-ala”, disseram em uníssono Maya Rudolph e Kamala Harris, fazendo rir a plateia.

“Eu não me rio assim, pois não?”, perguntou Harris, depois de Rudolph ter imitado o seu riso característico.

“Um pouco”, respondeu Rudolph.

Harris estava a fazer a sua primeira aparição no programa, que já teve outros candidatos presidenciais ao longo das suas décadas de existência.

“Foi divertido”, disse a candidata democrata aos jornalistas antes de voar para Detroit, no estado de Michigan, para continuar a campanha.

Donald Trump apareceu no SNL durante a sua primeira candidatura presidencial em 2015, onde gozou com a sua tendência para exagerar e evitar pormenores políticos. Também participou em 2004. Um assessor de Trump disse no sábado que não sabia se ele tinha sido convidado para aparecer este ano.

No sábado, os aviões de Harris e de Trump partilharam a pista em Charlotte, na Carolina do Norte, enquanto os dois candidatos realizavam eventos no estado do Sul, um dos que determinarão o resultado das eleições de terça-feira. Foi o quarto dia consecutivo em que os candidatos fizeram campanha no mesmo estado.

Apenas sete estados são considerados verdadeiramente um desafio para os partidos, mas uma sondagem divulgada no sábado mostrou Harris com uma vantagem surpreendente no Iowa, um estado que Trump venceu facilmente nas últimas eleições.

“Linda pele branca”

Trump e Harris mantiveram-se fiéis a temas familiares nos comícios. O candidato republicano disse que iria deportar milhões de imigrantes se fosse eleito e avisou que, se Harris ganhasse, “todas as cidades da América seriam transformadas num campo de refugiados esquálido e perigoso”.

Em campanha em Atlanta, Harris disse que Trump abusaria do seu poder se voltasse à Casa Branca. “Trata-se de uma pessoa cada vez mais instável, obcecada pela vingança, consumida pelo ressentimento, e o homem está a tentar obter poder sem controlo”, alertou.

De acordo com o Election Lab da Universidade da Florida, mais de 75 milhões de americanos já votaram, num sinal de entusiasmo dos eleitores.

Na Carolina do Norte, os condados do Oeste, que foram devastados pelo furacão Helene, parecem estar a votar mais ou menos ao mesmo ritmo que o resto do estado, segundo o professor de Ciências Políticas do Catawba College, Michael Bitzer.

Num comício em Salem, Virgínia, Trump disse que se candidatou para salvar a economia da “obliteração”, embora tivesse sido mais fácil ter escolhido relaxar num dos seus resorts à beira-mar. “Eu não precisava de estar aqui hoje”, disse. “Podia estar naquela praia, com a minha pele linda a ficar bonita e a ser batido, a ser batido na cara por uma onda carregada de água salgada.”

Trump foi acompanhado no palco por mulheres de uma equipa de natação de uma universidade local que se opõem a competir com atletas transgénero. Alguns dos anúncios televisivos de Trump procuraram capitalizar as controvérsias sobre os transexuais. ​