Evo Morales diz que foi alvo de tentativa de assassínio e culpa Presidente da Bolívia

Carro onde seguia o ex-Presidente boliviano, fugido à Justiça, foi atacado e atingido com 14 tiros. “Foi mais um fracasso do Governo”, atirou.

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Morales foi Presidente da Bolívia entre 2006 e 2019 e quer recandidatar-se em 2025 Enrique Garcia Medina / EPA
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Evo Morales diz que foi alvo de uma tentativa de assassínio neste domingo, na região de Chapare, depois de o veículo onde seguia ter sido atacado por homens encapuzados e atingido por tiros.

O ex-Presidente da Bolívia garante que o ataque foi ordenado por Luis Arce, actual chefe de Estado do país da América Latina, com quem se incompatibilizou, no âmbito da luta pelo poder no partido Movimento para o Socialismo.

Morales publicou um vídeo no Facebook, filmado dentro de um carro em movimento, que o mostra sentado no banco da frente e pelo menos dois buracos de balas no pára-brisas. O motorista terá ficado ferido.

“Estávamos a andar e apareceu um carro a bloquear-nos; saímos [para ultrapassá-lo e] veio outro para nos bloquear; eu disse: ‘isto é uma operação’. Felizmente, havia um espaço e depois passámos e eles começaram a atirar (…) Baixei-me para me proteger e não consegui ver quem eram eles”, contou, mais tarde, à radio Kausachun Coca, acrescentando que o carro foi atingido com 14 tiros.

“Foi mais um fracasso do Governo. É muito grave, gravíssimo, o que fizeram ‘Lucho’ Arce [Presidente] e David Choquehuanca [sindicalista] à minha vida. Isto não foi contra Evo, foi contra o movimento indígena”, atirou ainda.

O vice-ministro da Segurança, Roberto Rios, garantiu, no entanto, aos jornalistas que a polícia não realizou qualquer operação contra o ex-Presidente. “Como autoridades encarregadas da segurança do Estado, somos obrigados a investigar qualquer denúncia, seja ela verdadeira ou falsa”, disse ainda.

No sábado, o Governo criticou Morales por “desestabilizar” o país ordenando duas semanas de bloqueios de estradas que dificultaram o abastecimento de alimentos e combustível em todo o país, acusando-o de tentar “interromper a ordem democrática”.

O dirigente histórico socialista, que governou a Bolívia entre 2006 e 2019, e que era próximo de Arce, é alvo de um mandado de captura por não se ter apresentando para testemunhar num caso que é acusado de abuso sexual de uma menor.

Morales rejeitas as acusações e diz que é vítima de uma campanha política movida por Arce, que o quer impedir de ser o candidato do Movimento para o Socialismo às presidenciais de 2025.

O ex-Presidente encontra-se na região montanhosa do Chapare, onde está o núcleo duro dos seus apoiantes mais fiéis.

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