Protesto de funcionários públicos com impacto em escolas e outros serviços

O protesto tem o lema “parar o empobrecimento” e tem início pelas 15h horas na Praça do Marquês de Pombal, seguindo depois para a Assembleia da República

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Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum RODRIGO ANTUNES
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A paralisação convocada para esta sexta-feira pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública com o lema "parar o empobrecimento" está a afectar escolas e outros serviços públicos, disse o coordenador da estrutura sindical.

“O impacto começou por se notar nas escolas e agora durante o decurso da manhã vai começar a notar-se em outros serviços da administração pública, em consultas de hospitais e atendimentos ao público como Lojas do Cidadão, Segurança Social, Finanças” referiu Sebastião Santana.

À Lusa, ainda que sem conseguir avançar com números sobre escolas ou serviços fechados, o coordenador da Frente Comum apontou que antevê uma “grande mobilização” e uma “paralisação com muito impacto”.

“O descontentamento dos trabalhadores é muito grande pelo que antevemos uma manifestação com milhares de pessoas logo à tarde e uma perturbação generalizada dos serviços públicos”, disse.

Acusando o Governo de estar a levar a cabo “negociações que têm sido infrutíferas”, Sebastião Santana recordou as principais reivindicações dos funcionários públicos que protestam esta sexta-feira, em Lisboa, para exigir aumentos dos salários e pensões, a valorização das carreiras e o reforço dos serviços públicos.

O protesto tem o lema "parar o empobrecimento" e tem início pelas 15:00 horas na Praça do Marquês de Pombal, seguindo depois para a Assembleia da República.

“O Governo consegue sentar-se à mesa com uma proposta, evoluir 0,1% na proposta de aumento salarial para a generalidade dos trabalhadores, deixando abaixo do nível da inflação. E não há actualização de qualquer subsídio ou suplemento”, criticou.

No caderno reivindicativo, a Frente Comum exige aumentos salariais de pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, a partir de Janeiro de 2025.

Além disso, a Frente Comum, afecta à CGTP, exige também um aumento intercalar das remunerações, com o intuito de "repor o poder de compra perdido", e quer que o subsídio de alimentação seja aumentado para 10,50 euros, segundo o texto final da proposta reivindicativa para 2025, aprovado no final de Setembro.

A proposta da Frente Comum prevê um aumento do salário mínimo na administração pública para 1.000 euros, a partir de Janeiro.

Esta proposta de actualização salarial da Frente Comum é superior ao valor que o Governo propôs aos sindicatos da Administração Pública, que pressupõe que a base remuneratória da administração pública suba para 875 euros em 2025.

Sebastião Santana apontou, ainda, que o Orçamento do Estado para 2025 contém rubricas que são, disse, “ao contrário da dos salários para os funcionários públicos, aumentadas e muito, como a rubrica Aquisição e Serviços Externos”.

“Cresce para os 28 mil e 600 milhões de euros, ficando 1.310 milhões de euros acima do orçamentado para 2024. Isto é revelador que há dinheiro, não é vontade de valorizar os serviços públicos”, concluiu.