Vinhos e Sabores da Beira Interior regressam a Pinhel durante três dias em Novembro

O terceiro fim-de-semana de Novembro marca o regresso a Pinhel do Beira Interior — Vinhos e Sabores. O programa inclui um seminário técnico focado na internacionalização dos vinhos portugueses.

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O evento Beira Interior — Vinhos e Sabores inclui a feira propriamente dita, um concurso de vinhos e um seminário técnico sobre exportações Miguel Manso
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O terceiro fim-de-semana de Novembro marca o regresso a Pinhel, no distrito da Guarda, do Beira Interior — Vinhos e Sabores, evento que abrange o território de 20 municípios, e que tem, este ano, a internacionalização em destaque.

De 15 a 17 de Novembro, o município que tem a maior área de vinha da Beira Interior — cuja adega cooperativa será a quinta maior do país e que na vindima deste ano, que agora se concluiu, colheu mais de 17 milhões de quilos de uvas — recebe um evento que vai na sua nona edição e onde os produtos locais (queijos, enchidos, mel ou doces regionais) e um programa de animação complementam a oferta de vinhos.

À agência Lusa, Rodolfo Queirós, presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) da Beira Interior, afirmou que a internacionalização dos vinhos produzidos naquela região do centro do país, num território que se estende de Proença-a-Nova (Castelo Branco) a Figueira de Castelo Rodrigo, no norte do distrito da Guarda, é cada vez mais importante.

O programa do certame inclui o concurso “Escolha da Imprensa” — jornalistas, críticos de vinho e sommeliers elegerão os melhores vinhos da região e os prémios serão entregues durante a feira — e um seminário técnico com a presença de especialistas na exportação de vinhos: Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, Tiago Cristóvão, que tem uma carreira ligada a várias empresas do sector na Beira Interior, Maria Manão, director de exportações da Adega de Cantanhede, e Renata Abreu, que leva mais de 20 anos dedicada à exportação e detém a garrafeira Arinto & Touriga, em Santarém.

"A internacionalização é um tema que nos é caro, porque, cada vez mais, tem de haver uma profissionalização grande do sector. O sector faz vinhos fabulosos, tem imagens boas, mas tem de saber vender e esta abordagem é muito importante", notou Rodolfo Queirós.

Segundo dados disponibilizados à Lusa pelo presidente da CVR da Beira Interior, a região exporta para mais de 30 países. Fora da União Europeia, os mercados mais importantes são o Brasil e os EUA, mas Rodolfo Queirós aposta na diversificação do mercado como uma necessidade e, já na próxima semana, uma comitiva da Beira Interior deslocar-se-á, pela primeira vez, à Coreia do Sul.

Cerca de 30% da produção, "uma em cada três garrafas de vinho da região", tem como destino o mercado internacional, número "interessante" que a CVR quer fazer crescer.

"Vendemos vinho com denominação de origem e indicação geográfica e a grande mais-valia destes produtos, para além da sua autenticidade, é sobretudo saber que quando vende uma garrafa para o Brasil ou para os EUA ou para onde seja, uma parte desse dinheiro reverte a favor de um agricultor, de um viticultor de Pinhel ou do Fundão ou da Covilhã", vincou Rodolfo Queirós.

Aposta na formação

A Beira Interior tem atraído novos produtores e apostado na formação de mão-de-obra qualificada — exemplo disso são os 14 novos escanções que estão a terminar o seu curso, numa iniciativa da comissão vitivinícola e da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre.

"E há 25 anos tínhamos oito ou dez operadores e hoje temos mais de 60, o que demonstra que há aqui trabalho e investimento. E era um sector conotado só com homens e hoje em dias há mulheres a dirigir empresas, mulheres enólogas, mulheres na exportação e nas vendas e jovens também, uma geração mais nova que está a ajudar a levar a região cada vez mais além", observou Rodolfo Queirós.

Já Pinhel é um concelho com forte tradição vinícola e, "de longe, o concelho com mais área de vinha na região" da Beira Interior, facto corroborado pela vice-presidente do município, Daniela Campelo, para quem o evento Vinhos e Sabores "faz todo o sentido".

"A nossa paisagem é marcadamente vinhateira e [na Beira Interior] somos o concelho que mais vinho produz e que mais área de vinha tem. E isso tem dimensão, tem significado, tem um contexto histórico, é um traço de identidade do nosso concelho. Já vamos para a nona edição do Vinho e Sabores e é, claramente, uma aposta ganha", argumentou a autarca.

O evento, segundo Daniela Campelo, acaba por servir a promoção de toda a região: "Quer da excelência dos seus vinhos, quer também dos sabores mais característicos e mais tradicionais da Beira Interior, todo este património está presente" no terceiro fim-de-semana de Novembro.

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