Reservas de sangue do país estão a metade do que seria ideal, alerta federação

Diminuição de dadores de sangue pode agravar-se no Inverno “com o aparecimento das gripes e habituais infecções respiratórias” e pode levar ao cancelamento de intervenções cirúrgicas menos urgentes.

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Paulo Pimenta
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A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) alertou esta quarta-feira que as reservas de sangue estão pouco acima de metade do que seria ideal e apelou à doação. “O ano de 2024 tem sido um ano muito atípico no que toca a manter as reservas de sangue em níveis satisfatórios”, revela Alberto Mota, presidente da FEPODABES, em comunicado.

Em declarações à Lusa, Aberto Mota explicou que uma “reserva estável tem de ter cerca de 10 mil unidades de sangue no Instituto Português de Sangue e da Transplantação (IPST) e neste momento não se verifica, está na casa das 5 mil, 6 mil unidades de sangue”.

Algumas das consequências das baixas reservas de sangue que o responsável antecipa para os próximos meses, e que “já se verificaram ainda há meia dúzia de meses”, passa pelo cancelamento de algumas intervenções cirúrgicas menos urgentes.

Segundo Alberto Mota, a diminuição de dadores de sangue pode agravar-se no Inverno “com o aparecimento das gripes e habituais infecções respiratórias”, que provocam também uma diminuição da disponibilidade por parte dos dadores benévolos de sangue.

Em comunicado, a FEPODABES apela à necessidade de recrutar dadores, especialmente dos grupos sanguíneos A+, A-, O+, O- e AB- para repor os níveis adequados da reserva de sangue para atender às necessidades dos Serviços de Medicina Transfusional.

No apelo, o presidente da federação precisa que “todos os cidadãos com mais de 18 anos, que tenham mais de 50 quilos de peso e que sejam saudáveis" devem dar sangue. Esse gesto simples contribui para "salvar muitas vidas”.

A federação recorda que a recolha de sangue é um procedimento rápido, demorando cerca de 30 minutos, e pode ajudar a salvar várias pessoas, já que uma única unidade de sangue pode servir para ajudar até três vidas.

Já na semana passada, o director executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida, esteve a dar sangue no Porto, numa acção que visou sensibilizar a população para doar sangue de forma mais regular.

“Isto não é um apelo a uma dádiva esporádica e pontual. É um pedido. Desejamos que as dádivas sejam regulares e que mantenham a consistência ao longo do ano”, sublinhou António Gandra D'Almeida após doar sangue ao lado de mais elementos da Direcção Executiva do SNS.

Diariamente, os hospitais portugueses precisam de, aproximadamente, 1100 unidades de sangue, para dar resposta às necessidades dos doentes. A informação sobre os locais oficiais de recolha de sangue está disponível neste site e neste portal.