Cartas ao director

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Artigo de Maria João Marques

Parabéns pelo excelente artigo da colunista Maria João Marques. Nunca é demais enfatizar o importante papel da Mulher na nossa sociedade: os sacrifícios e os desdobramentos que têm de fazer todos os dias, sobretudo no caso de famílias monoparentais. A cobertura mediática que é dada a determinados casos, como se verifica nos exemplos de jogadores de futebol (que são endeusados, ainda que tenham comportamentos vis), mostra-nos que há ainda um largo caminho a percorrer.

Maria Graciete Vilela, Pedrouços

Um comentador tendencioso

As análises de Manuel Loff não deixam de se revelarem, algumas vezes, tendenciosas. Recentemente, num canal televisivo, comentando a guerra na Ucrânia, afirmou (cito) “que não há a mais pequena indicação de que a Ucrânia possa vencer a guerra à Rússia” e chegou mesmo a culpar Zelensky por não querer negociar. Ora Zelensky não tem nada que negociar, enquanto as tropas russas não retirarem do território ucraniano que foi usurpado ilegalmente desde a invasão. A Carta das Nações Unidas é clara quanto à integridade territorial de um país livre e independente. Loff deveria compreender que os russos, desde que invadiram a Ucrânia, mataram, violaram, torturaram milhares de civis indefesos e arrasaram (e continuam) cidades e aldeias, e, por isso, não é digno, nem honroso para Zelensky negociar o que quer que seja. Os russos devem sair da Ucrânia. Ponto final. A pata russa não pode oprimir um país que pretende continuar a ser soberano e independente. Manuel Loff desculpar-me-á, certamente, mas, às vezes, é um comentador tendencioso.

António Cândido Miguéis, Vila Real

Madeira, uma espécie de democracia

Parabéns Ana Cristina Pereira-Paulo Pimenta! É assustadora a dimensão do monstro criado e alimentado ao longo destes 48 anos. Ganhou vida própria e está fora de controlo. E que triste é, havendo dois jornais diários regionais – JM Madeira e DN Madeira , nada aludirem a esta investigação ou pelo menos aos temas aqui tratados. E que dizer da RTP Madeira? E de tantos canais de rádio? Na ilha continua a imperar o silêncio, para tudo cair no esquecimento. O 25 de Abril ainda aqui não chegou. Valha-nos o PÚBLICO. Ficamos a aguardar por mais.

Medeiros, Funchal

Ricardo Salgado

Sou sensível aos doentes, aos desvalidos, aos desgraçados. Sou particularmente sensível ao sofrimento dos que padecem de doenças degenerativas. Dito isto, pergunto-me: o que é que aconteceu ao guarda-roupa de Ricardo Salgado? Ficou no banco mau? Foi arrestado e vendido pelo Novo Banco a uma empresa-abutre? O homem, que sempre vimos em impecáveis fatos azuis, e sempre, mas sempre de gravata, apresenta-se agora em tribunal vestido como se acabado de sair da cadeia, com roupa emprestada por um companheiro de cela? Neste particular, foi muito mal assessorado, porque isto cheira a esturro e parece muito mal.

Albano Moreira da Silva, Leça da Palmeira

Informação desmedida

É tanta a informação que actualmente existe, que chegamos ao ponto de nos valermos da IA para nos auxiliar a viver na realidade, que ultrapassou a mais sofisticada ficção. Por antítese, foi o homem o artífice, o artesão deste infindável horizonte. Contudo, o seu cérebro, o seu disco duro e cinzento, é incapaz de assimilar e guardar toda a informação disponível no dia-a-dia.

A tecnologia está tão sofisticada que alguns humanos se julgam imortais, fazendo patifarias dantescas, onde soçobram milhões de seres, quando o que de bom já foi por si criado daria para satisfazer toda a humanidade, vivendo em paz e sem guerras. O humano é o pó de todas as poeiras que existem. Portanto, pensemos no nada que somos: apenas o pó da Terra.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

A desventura de Montenegro

André Ventura foi eleito como vereador nas eleições autárquicas de 2017, como candidato do PSD à Câmara Municipal de Loures. Já então defendia ideias xenófobas e racistas, que nem por isso incomodavam o PSD, onde Montenegro foi presidente da bancada parlamentar entre 2011 e 2017. Ou seja, Ventura atravessou o anonimato político à boleia do PSD.

Tal como na fábula da tartaruga e do escorpião, que mata a tartaruga ao atravessar um rio, por ser essa a sua natureza, também agora Ventura fere Montenegro e o seu Governo, pois é da natureza da extrema-direita destruir as instituições; mas afinal o que queria, e tem implorado muitas vezes, é um lugarzinho no governo, um tacho no sistema que diz querer livre de tachos.

Claro que o anúncio da alegada oferta de um lugar no Governo vale muito pouco, quando sabemos que a palavra de Ventura seria cotada por qualquer agência de rating como lixo. Sabemos que a defesa dos valores é muitas vezes esquecida – veja-se, por exemplo, o silêncio perante a matança de milhares de crianças palestinianas. Mas mesmo assim o PSD devia, em devido tempo, lembrar-se do ditado: quem semeia ventos colhe tempestades.

José Cavalheiro, Matosinhos

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