Devemos ter orgulho em ser antirracistas e antifascistas?

Quando não se é nem antifascista, nem fascista, nem racista, nem antirracista, nem comunista, nem anticomunista, o que se é afinal?

Ouça este artigo
00:00
04:19

Confesso que costumo ler as crónicas de opinião do PÚBLICO com certa parcimónia, para não me deixar influenciar demasiado pelas temáticas do momento e, sobretudo, para evitar criar aqui nestas páginas uma espécie de debate interno, um entre soi pessoalizado, que, por vezes, me parece inútil e desadequado para quem nos lê. Mas, de vez em quando, há artigos que me chegam por outras vias e são impossíveis de contornar. É o caso do texto “Fascismo e antifascismo”, de António Barreto. Um texto que se autodestrói desde logo ao fazer exatamente aquilo que pretende denunciar. Escreve António Barreto: “Quem faz profissão de fé anti-qualquer-coisa está a fazer a economia da inteligência”, ora, o que faz (de novo) o cronista, durante uma parte essencial do seu texto, senão ser antiantifascista e antiantirracista? Qualificando estes movimentos progressistas de “pesadelo”, enquanto os insulta, falando de “economia de inteligência”, “dispensar o pensamento”, “sectário”, “simplório”, etc., e sobretudo equiparando-os sem qualquer tipo de reserva ao fascismo e ao racismo: “O fascismo é detestável. O antifascismo também (…) o racismo e o anti-racismo (…) ambos são igualmente detestáveis.”

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 18 comentários