Assassino de brasileira está preso. Governo do Brasil quer caso esclarecido

Embaixada do Brasil em Portugal acompanha os passos das investigações sobre a morte de Fernanda Júlia da Silva, que estava grávida. Também morreram o marido dela, Bruno Neto, e o barbeiro Carlos Pina.

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Governo do Brasil acompanha investigações sobre assassinato da brasileira Fernanda Júlia e do marido dela, Bruno Neto Arquivo pessoal
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O governo do Brasil determinou à embaixada do país em Portugal que acompanhe todos os detalhes das investigações sobre o assassinato da mineira Fernanda Júlia da Silva, 34 anos, ocorrido há pouco mais de uma semana em Lisboa. Ela estava com marido, Bruno Neto, 36, em uma barbearia na Penha de França, bairro central da capital portuguesa, quando Fernando Silva, 33, atirou no casal e no barbeiro Carlos Pina, 43. A brasileira estava grávida. O assassino foi preso na quarta-feira (09/10) pela Polícia Judiciária, já prestou depoimento.

Segundo o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, tudo está sendo feito para dar suporte à família de Fernanda. “É nossa obrigação dar apoio aos brasileiros que estão em Portugal”, disse. “Estamos atuando em coordenação com o consulado brasileiro em Lisboa, para que tudo seja esclarecido”, complementou. Ainda não se sabe o motivo real do triplo assassinato que chocou Lisboa. A Polícia Judiciária (PJ) está avaliando desde um crime por motivo fútil, como um desentendimento entre Fernando e o barbeiro, até uma ação premeditada. Marta Silva, mãe de Fernanda, espera uma resposta rápida da Justiça.

Os corpos de Fernanda e Bruno foram cremados no domingo (06/10). Marta está em Portugal há mais de duas décadas. Ela cruzou o Atlântico primeiro para, depois, levar as filhas Fernanda e Alessandra, que hoje mora nos Estados Unidos. Fernanda deixou dois filhos, João Miguel, 12, de um primeiro relacionamento, e Maria, 5, com Bruno. Ele, por sua vez, já era pai de Gonçalo, 15, quando se casou com a brasileira. Maria está sob a guarda de uma irmã de Bruna.

Violência

Melhores amigas de Fernanda, as manicures Josy Monteiro, 47, e Layz Santos Cardoso, 37, disseram ao PÚBLICO Brasil que a mãe da mineira morta não tem condições de criar a neta, devido a vários problemas de saúde. Elas contaram que Marta está recebendo suporte emocional de vários amigos que conquistou ao longo do tempo que vive em Portugal. “Felizmente, ela construiu boas amizades”, ressaltou Josy. “Ela está devastada, não é normal uma mãe perder uma filha tão jovem e de forma tão violenta”, complementou Layz, que ensinou o ofício de manicure para Fernanda.

A brasileira assassinada morava em Portugal havia 18 anos e, segundo a Polícia Judiciária, também tinha cidadania portuguesa. Ela atuou por seis anos como manicure. Quando conheceu Bruno, foi trabalhar com ele. O marido dirigia um táxi e ela, um carro por aplicativo. Fernanda também fazia bolos e salgados, que vendia para complementar a renda de casa. As amigas lembram a alegria da brasileira onde quer que chegasse. “Nos últimos anos, nos afastamos um pouco, porque ela se mudou de cidade, primeiro, para Vila Franca de Xira, depois, para Carregado. “Às vezes, almoçávamos em Lisboa”, lembrou Josy.

Brasileiro carbonizado

O embaixador do Brasil em Lisboa afirmou que o governo brasileiro também deu suporte para a família de Carlos Eduardo Neves, 28, conhecido como Chantilly Papai, que morreu carbonizado em um incêndio em setembro último, quando tentava salvar equipamentos da empresa para a qual trabalhava. Para Raimundo Carreiro, os brasileiros que estão em Portugal não devem se intimidar em procurar tanto a embaixada quanto os três consulados do Brasil — Lisboa, Faro e Porto, em caso de necessidade. “Estamos prontos para dar apoio no que for possível. Inclusive, criamos um cargo, de conselheiro social, para nos aproximarmos ainda mais da comunidade brasileira em Portugal”, assinalou.

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