A receita para descarbonizar? Inteligência e inovação (até nas aldeias)
Redes inteligentes, integração de energias renováveis na rede eléctrica e soluções inovadoras para o autoconsumo são algumas das principais áreas de intervenção da E-REDES.
Luís Tiago Ferreira é o responsável pela área de Smart cities e Iluminação Pública (I.P.) da E-REDES. Foi no meio dos cerca de 30 hectares (área equivalente a 30 campos de futebol) do novo parque fotovoltaico, em Albergaria-a-Velha, que nos explicou melhor a importância do investimento em energias renováveis para a rede eléctrica. Antes de mais, “a rede tem que estar preparada para receber esta energia, que tem características muito diferentes daquelas que eram as tradicionais”, contextualiza. É importante ressalvar que a E-REDES fornece energia a todo o país, mesmo aos locais mais remotos. A injecção de produção energética de fontes renováveis na rede - rede, essa, tão extensa - está na base do que é a estratégia de gestão global da empresa e é, por isso, fundamental o investimento.
Por ser uma rede tão vasta, é nas zonas mais afastadas dos centros urbanos que é curioso observar a aplicação do conceito de smart cities. A implementação de tecnologia para melhorar a qualidade de vida, a gestão inteligente de recursos e a utilização de energias renováveis são alguns dos exemplos a partir dos quais é possível perceber de que forma é que esta transição energética e sustentável está, efectivamente, a acontecer. O desafio da E-REDES é claro na aldeia de Fajão, no concelho de Pampilhosa da Serra, para onde seguimos depois da visita ao parque fotovoltaico.
Fajão é apresentada por Luís Tiago como “um óptimo exemplo de vários dos propósitos e da missão da E-REDES". Não apenas pelo fornecimento de energia, sendo um local remoto, mas porque é possível verificar que “o objectivo não é apenas conectar, mas também modernizar a infra-estrutura”. O responsável pela área de smart cities exemplificou, através da gestão inteligente da rede de IP da aldeia, que é possível aplicar o conceito de cidades inteligentes a todo o território. No caso da I.P., as ferramentas que a E-REDES tem vindo a dsenvolver para as autarquias são essenciais para uma gestão mais eficaz, nomeadamente no que diz respeito ao controlo e automação das luminárias (sendo possível ligar ou desligar redes inteiras de forma remota em caso de necessidade, como exemplifica o vídeo), mas também ajustar a intensidade da iluminação, de acordo com as necessidades de cada zona. O tipo de tecnologia implementada na aldeia permite novas possibilidades, como a utilização das colunas de I.P. para o carregamento de veículos eléctricos. Também no consumo doméstico, a tecnologia associada aos serviços que a empresa presta são fundamentais para a sustentabilidade energética e financeira dos consumidores, através, por exemplo, da instalação de contadores inteligentes.
Democratizar o acesso à informação
Para alcançar uma certa autonomia na gestão dos consumos energéticos, quer domésticos, quer dos municípios, é importante ter acesso às ferramentas certas e saber como utilizá-las. Para “democratizar o acesso à informação”, explica João Filipe Nunes, responsável pela área comercial da E-REDES, foi criado o portal Open Data que permite que “qualquer cidadão ou entidade tenha um papel mais activo na rede eléctrica”. Faz parte da visão da E-REDES contribuir para essa participação comum. O autoconsumo, por exemplo, é uma das áreas em que essa participação cidadã pode ter um impacto significativo.
A possibilidade de produzir energia localmente e conectá-la à rede torna-se cada vez mais viável com os avanços tecnológicos promovidos pela empresa. De referir também o papel da mobilidade eléctrica. Se o sector dos transportes em Portugal é responsável por cerca de 25% das emissões de CO2, percebe-se a importância de garantir mais postos de abastecimento eléctrico. Além de essencial no processo de descarbonização, a mobilidade eléctrica permite uma maior independência energética.
Com estes e outros projectos, a E-REDES posiciona-se como uma peça-chave na descarbonização e no desenvolvimento sustentável do nosso país, preparando um futuro em que as energias renováveis, as redes inteligentes e a participação activa de todos são essenciais.
Este conteúdo está inserido no projecto "Descarbonização: que caminho para Portugal?", que inclui ainda case studies de empresas nacionais e uma conferência dedicada ao tema da descarbonização em Portugal.