Assassinado em Moscovo general russo acusado de usar armas químicas na Ucrânia
Fonte ucraniana diz que foram os serviços secretos da Ucrânia os responsáveis pelo ataque. Diário Kommersant fala de “um crime sem precedentes”.
O general que chefiava a unidade de defesa de armas químicas e biológicas do Exército russo, Igor Kirillov, foi morto na madrugada desta terça-feira em Moscovo – o mais alto responsável militar a ser morto em Moscovo desde o início da invasão russa em grande escala da Ucrânia.
“Um crime sem precedentes cometido em Moscovo”, titulava o diário Kommersant, citado pela AFP.
Kirillov morreu, assim como o seu assistente, na explosão de um engenho posto numa trotineta, perto da entrada de um apartamento de uma zona residencial, segundo a unidade russa responsável pela investigação de crimes graves citada pela agência Reuters.
Passadas poucas horas, a morte passou a ser considerada um “acto terrorista”, anunciou a porta voz do organismo, Svetlana Petrenko, citada pela BBC. “O incidente foi classificado como uma acção terrorista, assassínio, tráfico ilegal de armas e munições.”
O general era acusado pela Ucrânia pelo uso de armas químicas – na segunda-feira, foi feita uma acusação formal por procuradores ucranianos, segundo o Kiev Post, e em Outubro, o Reino Unido impôs sanções contra o responsável por relatos da utilização de um agente tóxico na Ucrânia.
Em Junho, diz a agência AFP, a Ucrânia acusou a Rússia de aumentar os ataques com armas químicas proibidas, dizendo ter registado mais de 700 casos da sua utilização no mês anterior.
O diário Financial Times cita um alto responsável ucraniano dizendo que os serviços de secretos da Ucrânia SBU foram responsáveis pela acção.“Kirillov era um criminoso de guerra e um alvo completamente legítimo.”
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, reagiu prometendo vingança sobre a liderança da Ucrânia. “Apercebendo-se da inevitabilidade da sua derrota militar, lançou ataques cobardes e desprezíveis em cidades pacíficas”, disse, citado pela agência russa RIA.
A BBC Verify, que se dedica à verificação de vídeos, descreve duas fotografias e dois vídeos do local, que apareceram em contas russas no Telegram antes de a notícia ter sido dada por órgãos de comunicação ocidentais.
Os vídeos mostram dois corpos no chão, com a força da explosão a ter deixado tijolos arrancados da fachada e espalhados e a ter destruído uma porta, parecendo corroborar a afirmação das autoridades russas.