Coldplay repetem que só lançam mais três álbuns, mas não é o fim da banda

Banda britânica já tinha revelado há três anos o plano de limitar produção musical original e de manter apenas digressões e colaborações esporádicas. Novo disco será lançado esta sexta-feira.

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Concerto dos Coldplay no Estádio do Dragão, no Porto Manuel Roberto
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O próximo álbum dos Coldplay, com lançamento marcado para esta sexta-feira, será o antepenúltimo da banda britânica — não é uma novidade, visto que Chris Martin já o tinha anunciado em 2021 e depois novamente em 2022, mas as declarações mais recentes do vocalista, em vésperas de novo disco, levaram a uma comoção mediática em torno do suposto “fim” do grupo. “Só vamos fazer 12 [álbuns]. É mesmo a sério, prometo”, reiterou Martin no podcast de Zane Lowe na Apple Music. “Porque menos é mais e, para alguns dos nossos críticos, menos ainda seria ainda mais”, riu-se.

As declarações ao conhecido jornalista musical Zane Lowe, numa edição do podcast dedicada a promover o novo disco, Moon Music, parafraseiam promessas já feitas pelo vocalista há dois e três anos. Aliás, foi na viragem de 2021 para 2022 que o grupo o afirmou pela primeira e pela segunda vez, como que confirmando o que parecia uma notícia inacreditável para uma banda tão popular e rentável. Enquanto grupo, os Coldplay só farão mais três álbuns, disse em 2021, fixando até uma data para a edição do derradeiro: 2025.

Não é certo se a promessa cumprirá esse calendário, mas de resto o plano mantém-se. “Depois acho que só vamos andar em digressão”, garantiu Chris Martin em 2021 na BBC Radio 2. “Talvez façamos algumas coisas colaborativas, mas o catálogo Coldplay em si acaba nessa altura.”

Com um novo trabalho a sair no final deste ano de 2024, a possibilidade de os Coldplay editarem mais dois álbuns em 2025 parece remota, mas não impossível — um dos discos de despedida será a banda sonora de um musical em que o grupo estaria a trabalhar em 2022.

Em Janeiro desse ano, precisamente, Chris Martin foi ao programa (entretanto extinto) de Ellen DeGeneres nos Estados Unidos para reiterar que retirar-se ao fim do 12.º álbum era a decisão “certa” para o grupo. Repetiu que a banda continuaria "em digressão” e que os Coldplay estariam “sempre juntos como grupo de músicos e amigos”.

Os Coldplay são uma das maiores bandas da actualidade, com capacidade para manter uma digressão aparatosa como Music of the Spheres em curso desde 2022 até hoje — só chegará ao seu término em Setembro de 2025. A passagem da tour por Portugal em 2023, com quatro concertos cujos preços foram muito questionados na altura (e a entrada do mercado de revenda inflacioná-los-ia ainda mais), voltou a fazer prova da sua vitalidade enquanto banda de estádio, talvez até mais do que de álbuns. Em Coimbra, encheram por quatro vezes o estádio local e, segundo um estudo da Coimbra Business School do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, terão gerado um retorno directo de 36 milhões de euros para a cidade, sobretudo em estadias e restauração.

De resto, esta banda, que gera apreço e indiferença na mesma proporção e é pródiga em criar temas que se infiltram nas rádios mainstream, está a caminho de se transformar no grupo que mais dinheiro fez ao vivo na História, segundo o relatório do primeiro trimestre de 2024 do site especializado em música ao vivo Pollstar. Em Março, eram a banda com mais estrada e mais receitas: haviam já facturado 100,5 milhões de dólares com 13 concertos da Music of the Spheres World Tour só nos primeiros três meses do ano. Estima-se que entre 2024 e 2025 possam ser a primeira banda a ultrapassar a barreira dos mil milhões de dólares em receitas de uma só digressão. Ênfase na palavra “banda”, visto que Taylor Swift é a sua grande concorrente como artista a solo.

Portanto, mais álbum, menos álbum, os Coldplay continuarão em digressão até 2025, com mais três discos e muitos “greatest hits” para os manter no palco.

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