Aplicação de 272 milhões em Certificados de Aforro não compensa resgates em Agosto

Saldo entre entradas e saídas de poupanças volta a ser negativo, o que se verifica há nove meses consecutivos.

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A redução das subscrições também se está a verificar nos Certificados do Tesouro, outro produto de dívida do Estado destinado a particulares Rui Gaudêncio
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O saldo dos Certificados de Aforro (CA) voltou a diminuir em Agosto, porque os 272 milhões de euros entrados não compensaram os 281 milhões de euros de amortizações, mostram os dados divulgados esta quarta-feira pelo IGCP, a agência que gere a dívida pública.

Trata-se do nono mês consecutivo de quedas no “popular” produto de poupança do Estado, reduzindo o salto actual em 19 milhões de euros, para 33.923 milhões de euros.

Uma parte significativa das amortizações fica a dever-se à chegada à data de vencimento ou maturidade de séries anteriores.

O corte de remuneração deste produto, para um máximo actual de 2,5% na actual série F, e a limitação de novas aplicações a 50 mil euros, ou a 250 mil euros por aforrador se acumuladas com as aplicações feitas na série anterior, explicam a contracção neste produto.

Recorde-se que a remuneração da anterior série E estava limitada a 3,5% ilíquidos, valor que incluía a média da Euribor a três meses, acrescida de 100 pontos percentuais ou 1%. A Série F também está associada à Euribor a três meses, mas limitada ao máximo de 2,5% ilíquidos, e sem acréscimo de prémio fixo.

A redução das subscrições também se está a verificar nos Certificados do Tesouro (CT), outro produto de dívida do Estado destinado a particulares, mas, neste caso, com diferenças mais pronunciadas.

Em Agosto, as novas subscrições em CT ficaram-se por quatro milhões, enquanto os resgates ascenderam a 77 milhões de euros. O saldo actual do produto caiu para 10.169 milhões de euros.

Na categoria de produtos com capital garantido os produtos do Estado concorrem com os depósitos, cuja remuneração está em queda desde Dezembro de 2023, acompanhando a redução das taxas Euribor. A taxa média dos novos depósitos a prazo fixou-se em Julho nos 2,65% brutos para o prazo de um ano, menos 0,45 pontos percentuais face ao máximo de 3,10% atingido em Dezembro do ano passado.

Aos CA acrescem prémios de permanência, a aplicar de forma gradual ao longo da aplicação, que no caso da série actualmente aberta é de 15 anos.

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