Luís foi raptado aos seis anos nos EUA. A sobrinha encontrou-o mais de 70 anos depois

Uma mulher descobriu o tio desaparecido desde os seis anos através de um teste genético feito na Internet. Tinha sido levado para o outro lado do país 73 anos antes. Já se reencontrou com a família.

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Imagem de arquivo. Luis Albino foi raptado perto do Jefferson Square Park, um parque em São Francisco, por uma mulher que lhe prometeu dar guloseimas Manuel Roberto/Arquivo
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Luís Armando Albino tinha apenas seis anos quando, em 1951, foi raptado junto a um parque em Oakland, no estado norte-americano da Califórnia, enquanto brincava com o irmão mais velho. Foi descoberto mais de sete décadas mais tarde por uma sobrinha, Alida Alequin, que comprou um teste genético pela internet "só por diversão" em 2020 e descobriu uma associação de 22% com o material genético de outro homem — que era, afinal, o seu tio.

A curiosidade de Alida Alequin só despertou verdadeiramente no início deste ano, quatro anos depois de ter feito o teste genético, enquanto conversava com as filhas sobre a genealogia da família. Quando começou a listar os nomes de todos os seus tios maternos recordou-se de Luís ​, o tio que nunca havia conhecido porque tinha sido raptado ainda criança na companhia de Roger, irmão da mãe de Alida, quando este último tinha 10 anos.

"Fiz uma pausa a meio da frase", recordou Alida numa entrevista ao The Mercury News. "Não consigo explicar o que senti, mas depois disse: 'Afinal não acho que aquela pessoa que descobri no Ancestry era algum meio-irmão como eu pensava. Acho que era o irmão que foi raptado'", recordou.

Natural de Porto Rico e emigrante nos Estados Unidos, para onde foi levado pela mãe juntamente com outros cinco irmãos, Luís Albino foi raptado perto do Jefferson Square Park, um parque em São Francisco, por uma mulher que lhe prometeu dar guloseimas. Luís acabou por ser levado para a costa leste dos Estados Unidos e a ser criado por um casal que desconhecia por completo. Tornou-se bombeiro e veterano do Exército norte-americano, esteve por duas vezes no Vietname, teve filhos e tornou-se avô.

O caso foi investigado e a família chegou a viajar para a costa leste dos Estados Unidos em busca de Luís​, mas os esforços nunca chegaram a bom porto, e os membros mais velhos da família tinham poucas memórias sobre esse tempo. Antónia, a mãe de Luís​, morreu em 2005 e "teve sempre esperança de que o filho ia regressar a casa", recordou Alida, de 63 anos. Manteve até à morte um recorte de uma notícia sobre o desaparecimento na carteira.

Seria necessário esperar 73 anos para que o sonho de Antónia se cumprisse através do rasgo da neta. Depois de uma pesquisa na Internet com a filha, Alida Alequin levou as suas desconfianças até às autoridades — que, com os esforços da polícia, do Departamento da Justiça e do FBI, encontraram Luís ​Armando Albino e confirmaram a sua identidade através de um novo teste genético.

Luís reencontrou-se em Junho com toda a família, incluindo com o irmão com quem estava no dia do sequestro. Roger, que tal como o irmão mais novo tinha sido militar, acabou por morrer pouco tempo depois de ter recuperado o contacto com Luís​. Mas a restante família mantém a ligação com o homem, agora com 79 anos, e planeiam reencontrar-se em breve na costa leste.

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