Qual é o luxo do futuro e que se desafios se impõem neste sector? É este o mote para a conferência com o filósofo francês Gilles Lipovetsky, que, nesta quarta-feira, vai estar na Católica Porto Business School. A conversa com Mónica Seabra-Mendes, directora do curso executivo de Gestão do Luxo, será de entrada livre, mediante inscrição.
Gilles Lipovetsky é uma das vozes mais proeminentes sobre o hiperconsumismo, a sociedade capitalista e o luxo. A conversa desta quarta-feira, Os Desafios do Neo-Luxo, vai focar-se na forma como a sociedade influencia o segmento do luxo nas suas diversas vertentes. “A essência do luxo permanece inalterável. Contudo, é influenciada e influencia o desenvolvimento social, económico e cultural das sociedades”, nota a Mónica Seabra-Mendes na nota de imprensa sobre o encontro.
Entre os temas abordados estará não só a moda e o luxo, mas também “o hipermodernismo”, o “hiperconsumismo”, a “autenticidade”, “a sociedade da sedução” e a “estetização do mundo”, destaca a responsável pelo curso da Universidade Católica Portuguesa.
“É um primeiro passo para entrar neste mundo e perceber como é que ele funciona. Queremos incentivar os profissionais a pensar de forma diferente e por isso escolhemos um pensador de renome para partilhar connosco a sua visão”, declara, convidando todos os interessados no tema.
A conversa acontece numa altura em que se fala internacionalmente sobre uma potencial crise do luxo. “O luxo é determinado pelo dinamismo económico”, justifica Gilles Lipovetsky em conversa com o PÚBLICO. Contudo, o filósofo francês não reconhece uma crise mundial, apesar de falar sobre os desafios no mercado asiático. “Tudo o que acontece na China, por exemplo, tem um impacte imediato no luxo.”
Ainda assim, acredita que o luxo vai continuar “a desenvolver-se”. “Não sei a que velocidade, mas sei que vai continuar a crescer”, declara, lembrando que esse crescimento pode incluir uma expansão para “novos territórios”, como viagens espaciais ou beleza e saúde.
Até porque, actualmente, “não existe um luxo único”, diz o autor de A Nova Era do Kitsch. Ensaio sobre a Cultura do Excesso. E insiste: “As pessoas procuram o luxo que lhes convém, mas não é necessariamente o mesmo para todos.” Assim as marcas procuram segmentar-se para chegar aos vários públicos, com linhas mais acessíveis e outras para os ultra-ricos, que cumprem simultaneamente o propósito de fazer sonhar todos os consumidores.
Contudo, na moda, controlada pelos grandes conglomerados franceses, Kering e LVMH, reconhece uma possível estagnação. “As mulheres não estar sempre a comprar malas da Gucci”, argumenta. Ainda assim, afiança, a crise não chega a todas as marcas: “A Chanel e a Hermès continuam a crescer.”
Sem levantar mais o véu sobre a conversa desta quarta-feira, Gilles Lipovetsky termina: “Não parece muito provável que as pessoas desistam subitamente das coisas mais requintadas da vida.”
A conversa com Gilles Lipovetsky mantém as inscrições abertas no site da Católica Porto Business School. Está agendada para as 18h30 desta quarta-feira, 18 de Setembro, no Auditório Carvalho Guerra. O evento vai ser conduzido em francês, mas com tradução simultânea disponível.