Sporting ataca nova Champions a pensar no crescimento sustentado

Rúben Amorim sente a equipa mais preparada do que nas duas participações anteriores. Mas, mais importante do que ir longe na competição, é pensar a longo prazo e garantir o regresso já no próximo ano.

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Rúben Amorim quer maior protagonismo do Sporting na Champions RODRIGO ANTUNES / EPA
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O Sporting recebe esta noite (20h, SPTV1), em Alvalade, os franceses do Lille, o primeiro de oito adversários que terá de enfrentar para chegar aos oitavos-de-final da nova Liga dos Campeões. Formato que agrada a Rúben Amorim, treinador dos “leões”, mesmo sem saber exactamente o que esperar desta versão mais aberta da principal prova de clubes da Europa.

O que Amorim não ignora e define, aliás, como trave-mestra de um futuro sustentado, é a importância de perscrutar e preparar os caminhos, algo que vai muito além do que a equipa for capaz de mostrar e fazer na edição de 2024-25 da Champions.

“Mais importante, às vezes, do que ir longe na Liga dos Campeões — e nós queremos ir o máximo possível — é estar na Liga dos Campeões do próximo ano, pois é isso que ajuda a fazer crescer um clube a longo prazo”, declarou Amorim, cujos objectivos para a temporada passam por vencer as Taças de Portugal e da Liga, fazer uma campanha europeia que honre e orgulhe o clube, mas, acima de tudo, assegurar a conquista do bicampeonato.

“Queremos muito ser bicampeões!”, enfatizou, esclarecendo que haverá uma gestão adequada, embora menos extrema do que a do ano passado, dada a qualidade dos opositores europeus, com Manchester City e Arsenal em evidência.

“Não podemos arriscar tanto na gestão porque o nível é completamente diferente. E temos os nossos objectivos e o orgulho de mostrar na Liga dos Campeões que crescemos como clube e como equipa”, reconheceu, considerando que o cenário de vencer a prova seria “viajar bastante longe”.

Depois das presenças em 2021-22 (eliminação nos “oitavos” frente ao Manchester City) e 2022-23 (relegado para a Liga Europa), o Sporting regressa à Liga dos Campeões com outro estofo, mesmo que uma dúzia de jogadores nunca tenha pisado os palcos da Champions.

Uma questão “subjectiva” segundo Amorim, que não duvida da capacidade de prontidão de jogadores como Gyökeres e Hjulmand, dois dos noviços. “É preciso analisar caso a caso”, adverte.

Partindo desse exemplo, o treinador “leonino” acredita que a “habituação” europeia criada no ano transacto ajudará a dominar a ansiedade adicional. “Na nossa primeira participação na Liga dos Campeões éramos mesmo muito inexperientes. Agora, sinto a equipa ansiosa, mas mais preparada. Talvez por me sentir mais apto a ajudá-los”, concede, antecipando uma noite difícil, pela ansiedade própria do primeiro jogo, por ser em casa mas, sobretudo, porque “as expectativas dos adeptos estão muito altas”.

Menos elevadas são as contrapartidas financeiras, com os representantes portugueses a serem fortemente penalizados pela nova forma de distribuição de prémios, em que as audiências (market pool) ganham maior peso, reduzindo a menos de metade a verba atribuída aos clubes só pela participação na Champions (18,6 milhões de euros). Apesar de se tratar de matéria sensível, o ênfase foi colocado na prestação desportiva, que poderá compensar e até superar a redução de receitas.

Se a equipa mostrar o que fez no último campeonato e na Liga Europa, estará, segundo Rúben Amorim, preparada para os desafios da Champions, mesmo tendo de enfrentar alguns azares. “Queremos marcar golos e ganhar jogos. Mas sinto que este ano temos de jogar de forma diferente. Ganhar é o principal, mas queremos jogar bem e ter mais protagonismo do que há três anos”, revelou Amorim, que começou a preparação com o pé esquerdo, ao perder Eduardo Quaresma.

“Não quisemos utilizar o Quaresma por vir da selecção. Poupámo-lo com o Arouca e, no treino a seguir, lesionou-se. Também é preciso ter essa sorte”, rematou, devendo agora formar um trio de centrais com Diomande, Debast e Inácio, com Matheus Reis também à espreita.

Serão eles a última barreira entre o Lille e o guarda-redes. Os franceses vêm de três derrotas consecutivas (diante do Slavia Praga, do PSG e do Saint-Étienne) e têm três baixas no plantel, mas procurarão contrariar o favoritismo que o seu treinador, Bruno Génésio, atribui ao campeão português. “Vamos enfrentar uma equipa que está invencível desde o inicio da época”, alerta.

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