Christiane Jatahy põe-nos diante do infindável ciclo da escravatura

Baseando-se num livro de Itamar Vieira Junior e num filme de Eduardo Coutinho, a autora e encenadora apresenta Depois do Silêncio no CCB.

Foto
Depois do Silêncio, de Christiane Jatahy, no Centro Cultural de Belém. O espectáculo encerra uma trilogia criada em resposta ao choque da presidência de Bolsonaro Nurith Wagner-Strauss
Ouça este artigo
00:00
11:02

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Depois do Silêncio é uma peça de denúncia. Denúncia de um violento pesadelo endémico no Brasil, denúncia da recusa sistemática de liberdades às populações negras, pobres e indígenas. Denúncia de um sistema que nega o direito à propriedade e o pagamento justo àqueles que trabalham as terras, usurpando os terrenos onde as suas famílias sempre viveram, matando se for preciso quaisquer vozes que se façam ouvir em protesto. Mas é uma denúncia que acontece no intervalo entre a realidade e a ficção, esse lugar que a artista brasileira Christiane Jatahy habita em permanência. É uma denúncia trazida a palco por personagens de ficção, contando tanto a história real do assassínio de João Pedro Teixeira, em 1962, quanto a história ficcionada de Severo, executado na cronologia do romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.