Bairrada prevê decréscimo de 15% a 20% da colheita e vinho com boa qualidade

Bairrada espera uma colheita melhor do que em 2023, o que fará aumentar o custo de produção por quilo. Por outro lado, afiança a Comissão Vitivinícola, a região não vive a crise de excesso de stocks.

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Bairrada terá decréscimo de 15% a 20% na produção de uvas este ano, mas depois de um 2023 que a esse nível foi generoso Sérgio Azenha
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A colheita de uvas na Região da Bairrada deverá registar um decréscimo de 15% a 20%, embora se espere uma produção de vinho de boa qualidade. Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola, Pedro Soares, "se as condições de clima se mantiverem, a expectativa é a de que seja uma boa vindima em termos de qualidade". "Em termos de quantidade, estamos à espera de uma colheita menor, na ordem dos 15 a 20%", destacou.

Em declarações à agência Lusa, o responsável explicou, esta quarta-feira, que, na vindima deste ano, deverão ser colhidos menos cinco milhões de quilogramas de uvas. "No ano passado a colheita foi de 25 milhões de quilos e este ano estima-se que sejam cerca de 20 milhões de quilos, isto dividido entre brancos e tintos", referiu.

De acordo com Pedro Soares, o decréscimo de produção terá ficado a dever-se à época de floração, uma das fases cruciais para a produção de uvas. "Este ano, no ciclo de produção da videira, tivemos muito menos horas de sol. Tivemos muitos períodos de tempo nublado e, sem a luz solar, a fotossíntese não existe e o ciclo demora mais tempo a efectivar-se", indicou.

Esta é "uma quebra grande", mas que acontece numa região que tinha aumentado a sua produção na ordem dos 20%, nota. "A nossa média dos últimos cinco anos está na ordem dos 20 milhões de quilos. Portanto, o ano passado foi um ano muito bom, em que se cresceu muito, mas acredito que isto é um voltar àquilo que são os dados normais, numa altura em que o mercado, como se sabe, está com excesso de vinho", clarificou.

A diminuição da colheita vai fazer subir o custo de produção por quilo de uvas, uma vez que "as operações são mais ou menos as mesmas", num ano que foi "exigente do ponto de vista dos tratamentos". "Por outro lado, não teremos na região, acredito eu, o problema que outras regiões têm tido de excesso de produção, portanto, de excesso de stocks", acrescentou.

Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, neste momento a colheita vai a meio, tendo sido vindimadas as uvas brancas e as uvas tintas para vinhos de base espumante, "que se pretendem mais ácidos". "Do ponto de vista da vindima de tintos, ainda é difícil falar, mas daquilo que está em vinha e se não houver nenhuma intempérie, a qualidade será boa, mas menor em relação ao ano passado", concluiu.

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