Austrália quer limitar o acesso dos jovens às redes sociais: “Isto é um flagelo”

O primeiro-ministro avançou que será efectuado um teste de verificação de idade nos próximos meses e a lei deverá entrar em vigor até ao final do ano.

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“Quero ver as crianças longe dos telemóveis, nos campos de futebol, piscinas e campos de ténis" CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH / EPA
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O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, descreveu as redes sociais como um “flagelo” para os mais novos. Ainda este ano, o país vai fixar uma idade mínima para utilização destas plataformas — Albanese defende que só jovens acima dos 16 anos poderão ter acesso.

Para já, muito pouco se sabe sobre a aplicação de um limite de idade no acesso às redes sociais. O primeiro-ministro avançou que será efectuado um teste de verificação de idade nos próximos meses e que uma nova lei deverá entrar em vigor até ao final do ano, proibindo os mais novos de acederem ao Instagram, TikTok, Twitter, Facebook, entre outras plataformas.

As declarações de Albanese surgem meses depois de o primeiro-ministro ter anunciado um projecto-piloto que tinha como objectivo impedir que crianças acendessem a conteúdos pornográficos através da verificação da sua idade.

“Quero ver as crianças longe dos telemóveis, nos campos de futebol, piscinas e campos de ténis. Queremos que elas tenham experiências reais com pessoas reais, porque sabemos que as redes sociais estão a lesar a sociedade. Isto é um flagelo. Sabemos que há consequências para a saúde mental”, disse o primeiro-ministro australiano ao canal de televisão ABC News.

A oposição já tinha anunciado que, caso vencesse as eleições de Maio, os jovens abaixo dos 16 anos seriam banidos das redes sociais. Por isso, o líder da oposição, Peter Dutton, apoia a decisão de Albanese e sublinha a mesma ideia: “Cada dia de atraso vai deixar os jovens vulneráveis aos danos das redes sociais”.

Mas ainda não há pormenores nem certezas sobre de que forma se vai proceder. “Sabemos que os métodos actuais de verificação de idade não são fiáveis, são demasiado fáceis de contornar ou põem em risco a privacidade dos utilizadores”, avisou Toby Murray, professor de computação e tecnologia da informação da Universidade de Melbourne, em declarações à France 24.

Lisa Given, especialista em tecnologia da informação do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), sublinhou, citada pela Associated Press, que esta medida pode ter um efeito nefasto para as crianças. “Trata-se de uma medida muito rígida que vai potencialmente excluir as crianças de alguns suportes muito úteis nas redes sociais”.

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