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Fernandona — Viva o teatro!
Não foram poucas as vezes que ouvi o anúncio do fim do teatro. E, mesmo diante de tantas previsões de mortes, o teatro sempre encontrou formas de se reinventar. E Fernanda Montenegro é a prova disso.
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“Fernandona” vai muito além de um simples apelido carinhoso. Ele encapsula a grandiosidade de Fernanda Montenegro, não só pela sua presença imponente em cena, mas, também, pela enorme contribuição dela para o teatro, cinema e televisão brasileiros. É uma forma de reconhecer a imensidão do seu talento e o respeito que ela impõe, tanto no palco quanto na vida. Esse apelido simboliza o lugar quase mitológico que Fernanda ocupa na cultura brasileira, sendo uma referência de excelência artística e integridade.
E foi protagonizada por ela a imagem que nos acordou no dia 19 de agosto, dia do ator de teatro (sim, o dia existe!): Fernanda Montenegro se apresentando para uma plateia de 15 mil pessoas no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. um testemunho da relevância contínua dos atores na nossa cultura, mostrando que, apesar dos avanços tecnológicos, o público ainda busca e valoriza a experiência humana direta e insubstituível. Levantando questões sobre o que se perde quando trocamos o talento humano por algoritmos.
A presença de Fernanda Montenegro, uma lenda viva do teatro e da TV, representa algo que a inteligência artificial não consegue substituir: a conexão humana, a emoção autêntica e o impacto ao vivo que apenas um ator de carne e osso pode proporcionar. Mesmo com o avanço da tecnologia e da IA, que pode replicar movimentos, expressões e até vozes, há uma essência no teatro e na atuação ao vivo, que transcende o que qualquer máquina pode criar.
Esse fenômeno também reflete uma resistência natural à automatização excessiva das nossas vidas, especialmente em áreas que envolvem emoções e arte.
Não foram poucas as vezes que ouvi, ao longo da minha carreira e da minha vida, o anúncio do fim do teatro. E, mesmo diante de tantas previsões da sua morte, o teatro sempre encontrou formas de se reinventar e continuar tocando as pessoas. E sobrevive porque toca em questões universais, explora a condição humana e oferece espaço de reflexão, emoção e comunhão.
Hoje, nesse contexto pós-pandemia, um fenômeno fantástico chama a atenção: os teatros estão cheios, e Fernandona tem constatado isso de boca cheia, reforçando ainda mais a importância do contato humano e um desejo profundo por conexão real, algo insubstituível desde a origem do teatro e de sua história profundamente ligada a festas e celebrações dedicadas a Dionísio, o Deus do vinho, da fertilidade e do êxtase!
E, assim, Fernanda Montenegro nos inclui nesse ritual eterno, que mantém o teatro sempre vivo! Mesmo nesses dias difíceis, enfrentando uma extrema-direita que, em vários cantos do mundo, torce por sua extinção.
Obrigado Fernandona por nos fazer sentir parte disso.