Dez anos de solidão: a tragédia da justiça portuguesa
A única pena que a justiça portuguesa parece disposta a atribuir a José Sócrates é condená-lo a pagar os honorários do advogado Pedro Delille até que o Criador decida chamá-lo para junto de si.
Às 22 horas desta quinta-feira, passam dez anos desde a noite em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris. Nunca acontecera tal coisa em democracia. Nem em ditadura. Nem na Primeira República. Nem nos tempos da monarquia constitucional. Temos de recuar até ao final do século XVIII e a Sebastião José de Carvalho e Melo — o Marquês de Pombal — para encontrar outro ex-primeiro-ministro a braços com a justiça e acusado de corrupção. A Operação Marquês não podia ter nome mais acertado. Infelizmente, o acerto terminou aí.
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