Quando Guilherme Batista saiu temporariamente de Arcos de Valdevez para estudar no Porto, encontrou uma oferta cultural bem diferente do que estava habituado. Os concertos aconteciam com mais frequência e em diversos espaços da cidade e até lhe deram a conhecer bandas recentes que, afirma por experiência própria, “muita vezes não chegam a locais menos povoados”. Os amigos, que estavam a estudar noutras zonas do país, aperceberam-se do mesmo e, terminado o primeiro ano de faculdade, decidiram criar um colectivo na vila do Alto Minho chamada Colectivo Absurda.
“Achamos que seria interessante oferecer uma oferta mais diversificada principalmente aos mais jovens que estão instalados em Arcos de Valdevez e até já constituíram família”, explica ao P3 o jovem de 22 anos.
O colectivo, que faz parte de um projecto do programa Erasmus+, começou em 2021 com a organização de festas mais pequenas relacionadas com música, futebol, teatro e workshops até que surgiu a ideia de criarem o Absurda Art Fest, que este ano acontece nos dias 30 e 31 de Agosto na Pousadinha Vila Fonche e no Jardim dos Centenários. A entrada é gratuita.
As portas do festival abrem às 17h30, sendo que o primeiro dia, explica o porta-voz do Absurda, “é mais familiar e tranquilo”: será um dia de workshops, uma peça de teatro e DJ Set.
No sábado, 31 de Agosto, há concertos para todos os gostos: do rock mais suave ao mais barulhento sem esquecer a música electrónica, o indie pop, techno e até o pimba. Os NAPA, banda da Madeira de indie pop romântico, são os primeiros a actuar, seguidos de Máquina, Nunca Mates o Mandarim, Homem do Robe, Atacadores Desapertados e 800 Gondomar, lê-se no cartaz. Guilherme acrescenta mais duas coisas: a 3.ª edição vai também contar com a presença de um tatuador e uma after party na discoteca Azenha, a única de Arcos de Valdevez, que só termina às 6h30.
Mais eventos, mais festivais
Apesar de os oito amigos só se juntarem nos tempos livres pós-trabalho, ainda há tempo para planearem mais eventos. A oferta cultural mais pequena, que inclui concertos esporádicos ou torneios de futebol, demora cerca de quatro meses a organizar. Já o Absurda Art Fest, quase um ano.
Os lucros da venda de bebidas, merchandising e o apoio da autarquia ajudam a financiar os eventos seguintes. “Também temos sempre um concurso engraçado com uma inscrição de 50 cêntimos ou 1 euro em que as pessoas têm de adivinhar o peso de qualquer coisa. No ano passado era pesar uma pedra e, em troca, receber um cartaz assinado por todos os músicos. Os José Pinhal Post-Mortem Experience actuaram e tivemos cerca de 1500 pessoas no festival”, adianta.
Terminados os concertos do último fim-de-semana de Agosto, Guilherme e os amigos vão concentrar-se na festa que, à partida, vai acontecer a 6 de Dezembro com uma banda francesa. E mais não dizem.
Notícia alterada às 10h50 do dia 18 de Novembro após envio de nova informação por parte da organização do Absurda Art Fest