Faltam 130 anos para alcançar a paridade de género

Projetos que incentivam jovens e mulheres a optarem por carreiras na área STEM constituem um estímulo relevante à integração de mais diversidade nestas áreas.

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"Atingir a igualdade feminina é um processo contínuo que exige compromisso e ação de todos os setores" DR
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Comemorou-se na passada segunda-feira, 26 de agosto, o Dia Internacional da Igualdade Feminina. Esta data celebra as conquistas das mulheres ao longo dos anos, assim como expõe a necessidade de debate e de ações concretas para alcançar a tão desejada igualdade de género. Segundo o Relatório Global de Desigualdade de Género de 2023, divulgado pelo Fórum Económico Mundial, serão necessários 130 anos para que se alcance a paridade de género. O relatório conclui ainda que “a desigualdade geral de género diminuiu 0,3 pontos percentuais em comparação com a edição anterior. Como tal, o ano da paridade esperada permanece o mesmo: 2154”.

Este relatório compara o estado atual e a evolução da igualdade de género em 146 países, analisando quatro pontos essenciais: a participação económica e oportunidade, o nível de educação, a saúde e sobrevivência, e a representatividade política.

Embora tenham ocorrido, sobretudo nas últimas décadas, avanços importantes e significativos no que concerne ao papel da mulher profissional, as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) possuem ainda uma menor representatividade feminina.

Neste contexto, alguns estudos preveem que as competências em STEM serão necessárias para aproximadamente 75% dos empregos no futuro, sendo estas as áreas consideradas “bases” para a inovação, o bem-estar social, o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável. Estes são motivos suficientes para incentivar a uma maior participação feminina. Além da justiça social, a inclusão de mulheres traz ganhos económicos e sociais, visto que existe uma carência de profissionais nessas áreas.

Um estudo de 2017 do Instituto Europeu para a equidade de Género EIGE (2020) apontava que remover as diferenças de género na educação STEM conduziria a um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) per capita da União Europeia (UE) entre 2,2% e 3,0% e à criação de 850 mil a 1,2 milhões de empregos até 2050.

É necessário reconhecer todas as dificuldades e barreiras ao avanço das mulheres nestas áreas, apoiando, formando e estimulando quem já percorreu esse caminho, ou parte dele. Projetos que incentivam jovens e mulheres a optarem por carreiras na área STEM, como é o caso do Technovation Girls ou o STEM Women Congress constituem um estímulo relevante à integração de mais diversidade nestas áreas.

Atingir a igualdade feminina é um processo contínuo que exige compromisso e ação de todos os setores da sociedade. As mudanças precisam ser estruturais e culturais, envolvendo governos, empresas, instituições educativas e a sociedade como um todo.


A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

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