Em Paredes de Coura com os Fontaines D.C., uma grande banda a tornar-se banda grande
No fecho do festival, o grupo irlandês coroou uma maratona de guitarras ao longo da qual os Slowdive mostraram o porquê de serem lendas do shoegaze e os Superchunk finalmente se estrearam em Portugal.
O último dia do Vodafone Paredes de Coura foi também o da maior enchente desta edição do festival. A garantia dada horas antes pela organização pôde ser validada pela observação empírica, escassos momentos antes de os Fontaines D.C., talvez uma das bandas mais interessantes a fazer rock actualmente (ou pós-punk, ou pós-punk com traços góticos, ou o que se lhe queira chamar), ocuparem o palco principal – no qual pudemos ver, mal se acenderam as luzes, a bandeira da Palestina. Todos queriam ver a banda irlandesa que há apenas cinco anos, na primeira música do seu primeiro álbum, proclamava: “My childhood was small/ but I’m gonna be big.” O vocalista Grian Chatten não estava propriamente a ser autobiográfico quando escreveu esse verso — Big, como a banda já explicou em tempos, olha para o que a ambição desmesurada tem de doentio –, mas seja como for, e esteja o grupo preparado emocionalmente para isso ou não, a profecia está a cumprir-se.
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