Paredes de Coura: num concerto dos Idles, estar no moshpit é “colidir com amor”
No terceiro dia do festival, a banda inglesa e os seus muitos fãs exigiram um cessar-fogo imediato em Gaza e sonharam juntos com um mundo melhor. Cat Power combateu percalços e honrou Bob Dylan.
Ainda só vamos na segunda música e o moshpit já está bem instalado nas filas da frente (e não só). Os Idles estão a tocar Colossus, chapada bem dada no culto do homem que não chora e tem de ser machão — “I put homophobes in coffins”, rugirá Joe Talbot na segunda parte da canção, a galvanizante descarga de energia que sucede a um acumular de tensão quase sufocante. Antes de Lee Kiernan, um dos dois guitarristas do grupo, saltar para o meio do povo, Talbot, qual Moisés a dividir as águas do Mar Vermelho, pedirá às pessoas para abrirem uma pequena clareira. Quando ele der sinal, reencontrar-se-ão — ou, nas suas palavras, “colidirão com amor”. O britânico grita pela libertação da Palestina. O público, que ao longo de todo o concerto dará sinais de estar no mesmo comprimento de onda, não o deixa gritar sozinho.
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