Benfica derrete-se ao primeiro sorriso e volta a cair em Famalicão

Famalicão repete no arranque de época o triunfo que há três meses “enterrou” as últimas aspirações da equipa de Roger Schmidt poder chegar ao título.

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Mihaj e Prestianni em disputa Pedro Nunes / REUTERS
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Bastou um golo de Sorriso para derreter por completo a entrada do Benfica na Liga 2024-25. Tudo no mesmo estádio onde na época passada as “águias” entregaram o campeonato ao Sporting, após derrota por 2-0, resultado que se repetiu este domingo com novo triunfo dos locais, fechado por Zaydou, o suspeito do costume.

O Benfica tentou corrigir na segunda parte, período em que se foi expondo ao risco, pelo que o jogo poderia ter conhecido um desfecho diferente, tanto para o bem como para o mal dos "encarnados", que não tiveram a eficácia necessária, mas tiveram Trubin... a evitar um resultado mais carregado, mas não o golo da confirmação.

Pressionado pelos triunfos claros dos principais candidatos ao título, Roger Schmidt apostou na fórmula que o ajudou, numa pré-temporada animadora, a restaurar a confiança entre os benfiquistas.

De reserva ficaram os internacionais António Silva, Di María e Kokçu, com o treinador alemão a ter que olhar para o banco mais cedo do que desejaria. Isto porque o Famalicão, num 4x4x2 que destacava Gustavo Sá para uma missão mais ofensiva, ao lado de Óscar Aranda, mantinha a organização que lhe garantiu o oitavo lugar na campanha 2023-24.

Mesmo sem referências importantes como Chiquinho, Puma Rodríguez ou Jhonder Cádiz — que rumaram a outras paragens —, os minhotos mantiveram o núcleo duro de uma estrutura que começou com reforços como Gil Dias e Mario González no banco. Em tese, a iniciativa de jogo seria uma incumbência benfiquista, que se apresentou de início com os reforços Leandro Barreiro, Beste e Pavlidis.

Porém, na prática, até ao intervalo, os “encarnados” não foram além de uma curta superioridade na posse de bola. No capítulo do remate, dos quatro ensaios nenhum foi enquadrado com a baliza, ao contrário do adversário, que acertou nos dois realizados, com um deles a ser fatal para o Benfica: Óscar Aranda atraiu a marcação ao meio-campo, rodou e isolou o brasileiro Sorriso, que bateu Trubin.

Schmidt precisava de uma reacção pronta, que nem Prestianni, nem Aursnes (de regresso à sua posição de raiz), nem o homem de área, Pavlidis eram capazes de dar. Aproveitava o Famalicão para ensaiar nova versão do lance que lhe dera vantagem, com Sorriso a chegar um segundo atrasado para alívio dos vice-campeões.

O cenário estava longe do projectado pelo Benfica, que até ao intervalo não cirara qualquer situação de perigo. Dos balneários já não regressaria Prestianni, com um amarelo já depois de ter escapado a acção disciplinar numa entrada ríspida sobre Gustavo Sá.

Era a vez de Kokçu tentar ajudar a mudar a sorte do jogo, o que o internacional turco poderia ter cumprido com uma assistência para finalização de João Mário, a primeira dos encarnados com selo de golo, mas que passou a rasar a barra.

O Famalicão procurava gerir a vantagem em segurança, juntando a equipa, que passava a viver cada vez mais de transições à medida que o Benfica assentava arraiais no meio-campo ofensivo. Após um par de investidas goradas, Schmidt reforçava o ataque com Marcos Leonardo, prescindindo de Florentino e, pouco depois, de Leandro Barreiro, para lançar Di María.

Era o tudo por tudo na corrida contra o tempo e o cansaço, um dos grandes inimigos nesta fase da temporada. A verdade é que Di María teve um efeito positivo, conquistando na primeira intervenção um livre frontal à baliza famalicense. Livre que o próprio Di María executou... levando a bola a passar muito perto da baliza.

O jogo partiu-se, com o Benfica exposto às transições que Zaydou e Aranda não conseguiram consumar perante Trubin. Porém, Zaydou, que no último jogo com o Benfica fechou as contas, voltou a selar o triunfo, deixando o Benfica sem pontos no arranque da época 2024-25.

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