Harry e Meghan lançam projecto para ajudar os pais a navegar nos perigos da Internet

Na nova entrevista, a duquesa de Sussex voltou a recordar a sua jornada com a saúde mental e falou sobre os pensamentos suicidas que experienciou no passado.

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Harry e Meghan na visita à Nigéria em Maio deste ano Reuters/Akintunde Akinleye
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Há mais de três anos, desde a mediática entrevista a Oprah Winfrey, que Harry e Meghan não se sentavam para dar uma entrevista juntos. Neste domingo, no mesmo dia em que a duquesa de Sussex celebrava 43 anos, sentaram-se para falar dos perigos da Internet com a estação norte-americana CBS e anunciaram um novo projecto a pensar nos pais.

O The Parents Network, no âmbito da Fundação Archwell, já está disponível no Canadá, nos Estados Unidos e no Reino Unido para capacitar os pais sobre “o complexo mundo digital”. Conta com o apoio de vários pais cujos filhos morreram de suicídio, na sequência de terem sido expostos a conteúdo perigoso nas redes sociais, e que pretendem apoiar outros pais que passaram pelo mesmo.

“É um dos nossos maiores medos”, confessou Harry. O descendente mais novo do rei Carlos III tem dois filhos: Archie de cinco anos e Lilibet de três. E Meghan acrescentou: “Os nossos filhos são pequenos, têm três e cinco anos, são fantásticos, mas tudo o que queremos fazer enquanto pais é protegê-los.”

E enquanto pais preocupam-se com o que se passa no mundo digital. “Sabemos que há muito trabalho a fazer e estamos felizes por fazer parte de uma mudança definitiva”, sublinhou a antiga actriz. Até porque os tempos são outros, completou Harry, lembrando que “antigamente” os pais “sabiam sempre o que estavam os filhos a fazer quando estavam em casa”. Agora, lamenta, “podem estar na sala ao lado, num tablet ou num telemóvel, e andarem por essas tocas de coelho. Quando damos por isso, dentro de 24 horas, podem estar a tirar a própria vida.”

A entrevista mostrou o encontro dos duques de Sussex com um grupo de pais na Califórnia com Harry a defender que cada pai e mãe tem de ser “socorristas” nestas situações. Mesmo assim, os sinais de um suicídio podem passar despercebidos até aos mais entendidos. “Isso é o mais assustador”, frisou o duque de Sussex.

Meghan voltou a falar sobre os problemas de saúde mental que enfrentou, um tema sobre o qual o casal tem falado abertamente desde que deixou a família real em 2020. “Quando se passa por qualquer nível de dor ou trauma, acredito que parte da nossa jornada de cura ─ certamente parte da minha ─ é ser capaz de ser aberto sobre isso”, declarou, confessando que só tinha “raspado a superfície” de o que podem ser os pensamentos suicidas, mas não quer que mais ninguém passe pelo mesmo. “Se o facto de eu dar voz ao que ultrapassei puder salvar alguém ou encorajar alguém na sua vida a ir ver o que se passa e não assumir que, se aparência é boa, tudo está bem, então vale a pena.”

Cabe também a cada pai e mãe estar atento, ainda que reconheça que “o mais difícil seja detectar os sinais”, insistiu Meghan: “O meu filho ou a minha filha que chegam a casa, que estão alegres, que eu adoro, e um dia, mesmo debaixo do meu tecto, toda a nossa vida muda por causa de algo que estava completamente fora do nosso controlo.” No site da Parents’ Network estão disponíveis alguns guias para consulta com regras e conselhos para a utilização do Instagram, o Snapchat e o TikTok ─ as redes sociais mais utilizadas pelos jovens.

A importância da segurança online é a mais recente causa dos Sussex, que se dedicam a tempo inteiro ao trabalho social desde que abandonaram Londres e o trabalho enquanto membros seniores da família real britânica. Em Maio, estiveram na Nigéria a falar sobre o tema e, no final deste mês, viajam até à Colômbia para consciencializar os jovens para os perigos da Internet e das redes sociais.

Durante a entrevista à CBS ao contrário da conversa com Oprah, da série da Netflix ou do livro de memórias Harry e Meghan não falaram da família real, numa altura em que os Windsor estão reunidos, como é tradição no Castelo de Balmoral, na Escócia. Não está prevista nenhuma visita dos duques de Sussex ao rei Carlos III durante as férias e, aliás, a última vez que pai e filho estiveram juntos (durante meia hora) foi em Fevereiro quando o rei anunciou que tinha sido diagnosticado com cancro.

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