“Desde pequeno que a letra S é um obstáculo que tento ultrapassar”

Pedro Benevides, jornalista da TVI/CNN Portugal, conta que o Instagram é a rede social que mais usa e que fica “amuado” quando as coisas não correm como esperava.

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Que rede social mais usa? Já desistiu de alguma, e porquê?
Neste momento, a que mais uso é o Instagram. Praticamente desisti de escrever no X (embora continue a consultá-lo com regularidade) porque é tudo demasiadamente intenso. E estou a explorar, com desconfiança, o TikTok.

Já se arrependeu de alguma coisa que escreveu numa rede social? O quê?
Já. Não me lembro exactamente de qual era o assunto, mas decidi partilhar uma opinião polémica no antigo Twitter. Qualquer coisa sobre política, creio. A avalanche de reacções que recebi, contra e a favor, fez-me perceber que aquela arena não era para mim.

Tem a noção de quantos ex-amigos tem? Cinco? Dez? Ou nunca se zangou com um amigo?
Ex-amigos daqueles que se perdem com zangas ou desentendimentos? Dois ou três, no máximo. Depois há aqueles que foram nossos amigos e que a vida e o tempo foram apagando, mas não é a mesma coisa.

Qual é o elogio que menos gosta que lhe façam?
“Tens uma dicção inconfundível.” É um elogio que, com algumas variações, algumas pessoas me fizeram. E em vez de orgulhoso, fico inseguro, porque desde pequeno que a letra S é um obstáculo que tento ultrapassar. Pelos vistos, sem grande sucesso (sucesso, aí está uma palavra difícil de dizer).

Se pudesse viver no cenário de um romance literário, qual escolheria?
O hotel Metropol, tal como é descrito em Um Gentleman em Moscovo, do Amor Towles: o ambiente e as cuidadas regras sociais de um grande hotel clássico com uma varanda privilegiada (e uma vista profundamente cínica) sobre a história da Rússia do século XX.

Fora de Portugal, qual é o lugar onde se sente em casa? E porquê?
Adapto-me muito facilmente, pelo que tenho a capacidade de me sentir rapidamente em casa em qualquer lado. Mas se tivesse de escolher um país, diria França, porque vivi lá durante um ano e meio.

Qual o melhor conselho que lhe deram na vida?
Sê tu próprio, escolhe o teu próprio caminho e não imites ninguém.

Em que situações se considera um “chato”?
Cada vez que as coisas não correm como eu quero. Fico amuado, rezingão, a achar que só a mim é que as coisas correm mal. Não fico chato, fico mesmo insuportável. Mas passa depressa.

Tem algum vício que gostaria de não ter? E um de que se orgulhe?
Gostava de não ter o vício de fazer cantinhos com papel e esfregá-los na mão, sobretudo quando estou nervoso (eu sei, não consigo explicar). Orgulho-me do vício do exercício físico, que ganhei nos últimos anos.

Diga o nome de três portugueses vivos que admira (não vale a sua mãe nem o seu pai).
Cristiano Ronaldo, José Tolentino de Mendonça e a minha mulher (a regra só falava do pai e da mãe)

Já teve algum ataque de ansiedade? Em que circunstâncias?
Já tive imensos. Sou muito ansioso. Podia dizer que é quando estou perante um desafio difícil e de enorme responsabilidade, mas a verdade é que fico ansioso por tudo e por nada. Com a idade, vou melhorando.

E já se sentiu profundamente exausto? Foi burnout?
Profundamente exausto, sim, quando as minhas filhas eram pequenas e nenhuma delas dormia como deve ser. Mas não foi burnout.

Se lhe pedissem conselhos para uma relação amorosa feliz, o que é que dizia?
Dizia que não há uma fórmula que sirva a todos, mas que uma relação amorosa feliz implica que tenham os dois esse compromisso e essa vontade de a construir, todos os dias.

É vegetariano, vegan, faz alguma dieta especial? Porquê?
Como de tudo e não faço nenhuma dieta especial. Adoro comer. Enfim, nos últimos tempos tenho tentado comer doses mais pequenas, só para uma pessoa. Isso conta como dieta?

Qual foi o último filme que viu? E qual foi o último de que gostou?
O último filme que vi foi o Dune, parte 1. E gostei.

Qual o seu maior arrependimento? Qual foi a última vez em que se surpreendeu?
Sou mais de arriscar — e assumir as consequências do risco, quando corre mal — do que de me arrepender. A última vez em que me surpreendi foi quando a minha filha mais velha anunciou que queria ser enfermeira e nos explicou porquê com argumentos que nos comoveram.

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