Bloco de notas para a época de banhos do Governo e da oposição

O empate das sondagens é uma forma subliminar de os portugueses manifestarem o seu desconforto pela hegemonia da política partidária sobre a política do interesse público.

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Na sua merecida ida a banhos, o primeiro-ministro e o líder da oposição levam como caderno de encargos a resposta a uma pergunta incontornável: por que razão continuam colados nas sondagens depois de tanto se empenharem em ver quem dá mais em reduções de impostos, aumentos ou cortes de portagens aos portugueses? O país político cristalizou-se numa espécie de reticências. Caiu na armadilha do compasso de espera. As mãos largas para abrir os cordões à bolsa para calar protestos, seduzir corporações e apaziguar a tensão política tornaram-se regra. Com a folga orçamental deixada generosamente pelo anterior Governo, o desleixo e o empate não são o fim do mundo. Mas exigem reflexão. Felizmente, a receita não os premeia. O empate das sondagens é uma forma subliminar de os portugueses manifestarem o seu desconforto pela hegemonia da política partidária sobre a política do interesse público.

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