Uma criança de nacionalidade portuguesa está entre as vítimas mortais de um ataque à facada numa aula de dança, em Southport, Inglaterra, nesta segunda-feira, confirmou ao PÚBLICO o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A diplomacia portuguesa em Inglaterra e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já contactaram a família e prestaram as suas condolências.

A vítima portuguesa, Alice Aguiar, de 9 anos, sucumbiu já esta madrugada, não tendo resistido aos ferimentos. Na segunda-feira foram mortas outras duas raparigas, de 6 e 7 anos. Há ainda oito crianças feridas, cinco das quais em risco de vida, além de “dois adultos em estado crítico, também feridos durante o incidente”, avançou a polícia do condado de Merseyside.

As autoridades informaram que um jovem de 17 anos foi detido por suspeita de homicídio e tentativa de homicídio, na sequência do ataque com arma branca numa propriedade em Hart Street, Southport, a norte de Liverpool, por volta das 11h50 de segunda-feira.

“As crianças estavam a assistir a um evento [que homenageava] Taylor Swift, numa escola de dança, quando o agressor, armado com uma faca, entrou no local e começou a atacá-las”, resumiu, em conferência de imprensa, a chefe da polícia de Merseyside, Serena Kennedy, que descreveu o ataque como “feroz”.

Serena Kennedy avançou que o motivo do ataque ainda é “pouco claro”, mas ressalvou que o incidente não está a ser tratado como um ataque terrorista. Após a conferência de imprensa da polícia, o primeiro-ministro, Keir Starmer, apresentou as suas condolências às vítimas, bem como às suas famílias e amigos, afirmando que “o país inteiro está profundamente chocado”.

A família da menina portuguesa de 9 anos deixou algumas palavras de homenagem, citadas pela polícia britânica: "Continua a sorrir e a dançar tal como gostas. Como te dissemos antes, serás sempre a nossa princesa e ninguém mudará isso. Com amor, dos teus heróis, papá e mamã."

Marcelo e Montenegro manifestam “profunda consternação” com ataque "bárbaro"

O Presidente da República lamentou esta terça-feira a morte das três crianças no Reino Unido e já falou com familiares próximos de Alice Aguiar para lhes apresentar condolências e solidariedade.

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que já falou com familiares próximos, apresentou sentidas condolências e a sua solidariedade à família da criança portuguesa que faleceu, vítima do ataque com uma faca, ontem em Southport, no Reino Unido”, pode ler-se numa nota no site da Presidência da República, que condena o "bárbaro ataque numa escola de dança".

Da parte do Governo português, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou “profunda consternação” pelo ataque “indescritível” e enviou condolências aos familiares das vítimas e ao Governo e povo britânicos, "em nome pessoal, do Governo de Portugal e do povo português".

“Foi com profunda consternação que tive conhecimento do indescritível ataque ocorrido ontem em Southport, no Reino Unido”, lê-se numa mensagem partilhada na rede social X.

O Governo Regional da Madeira também já reagiu à morte de Alice Aguiar, filha de madeirenses a viver no Reino Unido. Na nota divulgada, o Governo da Madeira informa estar “totalmente disponível para actuar e dar apoio, dentro daquelas que são as competências da região”.

O município de Câmara de Lobos, de onde são naturais os familiares da menina, expressou as mais sentidas condolências aos pais, familiares e amigos. “Transmitimos, em nome do município e de todos os câmara-lobenses, o nosso abraço solidário e profundo pesar por esta perda irreparável."

Taylor Swift “em choque”

A cantora Taylor Swift recorreu ao Instagram para se manifestar em choque com o ataque em Southport, Inglaterra, que resultou na morte das três crianças.

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“O horror do ataque de ontem [segunda-feira] em Southport está a tomar conta de mim continuamente e estou completamente em choque”, escreveu a artista, cuja música era o foco do evento durante o qual se deu o ataque.

Swift lamentou “a perda de vida e inocência, e o trauma horrível infligido a todos os que lá estavam, às famílias e aos socorristas”, afirmando não ter palavras de consolo. “Estou completamente sem saber como transmitir as minhas condolências a estas famílias."