Amor nas pistas: Casal franco-australiano de BMX quer duplo ouro olímpico

A australiana Saya Sakakibara e o namorado francês, Romain Mahieu, têm partilhado vitórias nos últimos dois anos e esperam ganhar a medalha de ouro em Paris.

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Romain Mahieu e Saya Sakakibara namoram desde 2019 Instagram/Romain Mahieu
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Muitos casais jovens que estão juntos há alguns anos pensam em anéis de ouro. A australiana Saya Sakakibara e o namorado francês, Romain Mahieu, também têm ouro em mente, mas, neste caso, sob a forma de medalhas olímpicas.

No ano passado, ambos dominaram as classificações mundiais de BMX, e são sérios candidatos ao ouro. Sakakibara, de 24 anos, teve um regresso impressionante após dois anos de luta contra uma lesão, e Mahieu, de 29 anos, atleta tardio na sua área, encontrou finalmente a melhor forma física após uma década de competição internacional.

“Eu e o meu namorado andamos juntos, corremos juntos e temos o mesmo objectivo. Estamos ambos a um nível muito elevado e temos partilhado as vitórias nas rondas da Taça do Mundo nos últimos dois anos, pelo que espero que possamos fazer disso uma medalha”, declarou Sakakibara à Reuters.

Saya Sakakibara foi a primeira mulher no ranking de BMX Racing em 2024 e 2023, após dois anos marcados por lesões: uma concussão nos Jogos Olímpicos de Tóquio e um acidente em 2022 que a deixou com um pulmão perfurado e outra concussão.

As lesões ensombraram durante muito tempo a carreira da australiana. O seu irmão mais velho, com quem entrou no BMX e com quem treinou durante anos, deixou as corridas na sequência de uma lesão cerebral num acidente na Taça do Mundo de 2020. Actualmente, tem apenas função parcial de um lado do corpo, mas está já a treinar para participar nos Jogos Paralímpicos como remador ─ embora não se tenha qualificado para Paris 2024.

Os traumas fizeram com que Sakakibara pensasse em abandonar o desporto, sujeito a muitos acidentes, mas agora está de volta para competir nos segundos Jogos Olímpicos, no país natal do homem que ama. “Estou sempre a tentar chegar ao ouro, estou num nível que me permite. Consegui bons resultados no ano passado e tenho muita confiança”, afirmou.

Nascida no Japão, Sakakibara começou a praticar BMX aos quatro anos. Competiu no primeiro campeonato mundial pelo Japão aos sete anos, antes de se mudar para a Austrália, país que representa actualmente.

Mahieu também começou a praticar BMX com a mesma idade, inspirado pelo pai, que praticava motocrosse. Nascido em Lille, no norte de França, foi coroado campeão francês de juniores aos 17 anos. Durante uma década, teve um desempenho estável, mas irregular, no meio de um grupo de fortes pilotos franceses que dominam as corridas de BMX mundialmente.

Depois de ter ficado em sexto lugar na prova individual dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Mahieu teve um ano quase perfeito em 2023, conquistando o título mundial e o título geral da série da Taça do Mundo.

Mahieu e Sakakibara estão juntos desde 2019, quando ambos venceram uma corrida no circuito olímpico de Tóquio e tornaram pública a relação. Nos últimos dois anos, Mahieu passa os Invernos na Austrália e Sakakibara passa grande parte do tempo em Sarrians, no sul de França.

Já numa posição sem precedentes no topo da classificação da Taça do Mundo, uma medalha olímpica para ambos parece estar ao alcance. O ouro para ambos, reforçou Mahieu numa entrevista à France 24, “seria um sonho”.

As corridas de BMX Paris 2024 decorrem no velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines nesta quinta e sexta-feira.