“Deslumbrante”: Céline Dion voltou aos palcos nos Jogos Olímpicos para a primeira actuação em quatro anos

Após anos a reabilitar a voz após o diagnóstico de Síndrome da Pessoa Rígida, Céline Dion voltou a cantar em público. Actuação surpresa nos Jogos Olímpicos foi o primeiro concerto em quatro anos.

,Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024
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Céline Dion actua na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, naquela que é a sua primeira actuação ao vivo dos últimos quatro anos OLYMPIC BROADCASTING SERVICES/Pool via REUTERS
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Céline Dion actua na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, naquela que é a sua primeira actuação ao vivo dos últimos quatro anos Anushree Fadnavis / REUTERS
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Céline Dion actua na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, naquela que é a sua primeira actuação ao vivo dos últimos quatro anos Hannah McKay / REUTERS
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Céline Dion actua na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, naquela que é a sua primeira actuação ao vivo dos últimos quatro anos Xu Chang / VIA REUTERS
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Céline Dion actua na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, naquela que é a sua primeira actuação ao vivo dos últimos quatro anos Anushree Fadnavis / REUTERS
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Céline Dion actua na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, naquela que é a sua primeira actuação ao vivo dos últimos quatro anos Anushree Fadnavis / REUTERS
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Céline Dion já nos tinha avisado. Questionada durante uma entrevista sobre como gere a pressão de ouvir os fãs a desejar incessantemente que regresse brevemente aos palcos, a artista canadiana respondeu sem hesitações: "Ah, eu vou voltar a cantar." E cantou mesmo: quatro anos depois de se ter afastado dos espectáculos ao vivo, por causa de uma doença neurológica que lhe afecta a voz, Céline Dion voltou a actuar, do topo da Torre Eiffel para o mundo, na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos em Paris.

Nome incontornável da música pop, intérprete de baladas tão reconhecidas como All By Myself e Because You Loved Me, Céline Dion foi diagnosticada em 2022 com a Síndrome da Pessoa Rígida, uma doença neurológica que paralisa progressivamente os músculos, tornando-os maiores e mais rígidos — incluindo aqueles que estão envolvidos no canto. "É como se alguém me estivesse a estrangular e a empurrar as minhas cordas vocais", explicou Céline Dion: "Não consigo subir ou descer de tom, como um espasmo."

Os vídeos que têm sido partilhados nas redes sociais nos últimos meses, excertos das entrevistas que a cantora tem cedido ou do novo documentário que protagoniza na Amazon Prime Video, I Am: Céline Dion, têm retratado uma artista muito diferente da que dominou os palcos mundiais até 2019. Céline Dion surge com uma condição física frágil, com a voz muito mais fina e rouca do que o habitual; e a recordar com saudosismo os tempos áureos em que contagiava o público com êxitos como My Heart Will Go On.

Mas esses tempos não estavam, afinal, esgotados. Após anos de treino de canto, com terapia física para controlar os espasmos musculares e "reconstruir" a voz, Céline Dion subiu à Torre Eiffel, com um vestido prateado com franjas de missangas e lantejoulas da Dior, para entoar um dos mais célebres clássicos da música francófona: L'Hymne à l'Amour, de Edith Piaf, acompanhada ao piano por Scott Price​.

Foi uma escolha simbólica — e não só por pertencer originalmente ao maior nome da música francesa. L'Hymne à l'Amour conta uma história de resiliência e entrega que parece ressoar com a mensagem que Céline Dion tem deixado desde que foi diagnosticada: "Vou voltar ao palco, mesmo que tenha de rastejar. Mesmo que tenha de falar com as mãos, vou voltar", prometeu numa entrevista. Mais: foi a canção que ela mesma cantou em 2015 num evento de homenagem às vítimas dos atentados no centro de Paris.

A actuação só foi oficialmente confirmada no momento em que Céline Dion entrou em palco, mas as desconfianças sobre um espectáculo surpresa já se adensavam desde segunda-feira, quando a artista foi vista a entrar e a sair de um hotel em Paris na mesma altura em que a cidade se preparava para começar os Jogos Olímpicos, sem se coibir de interagir com os fãs com quem se cruzava. No entanto, a cantora nunca confirmou o motivo da presença na capital francesa, porque havia assinado um contrato que a obrigava ao sigilo.

O concerto acabou por ser descrito como "deslumbrante", "um dos pontos altos na história da festa Olímpica", "heróica" e "triunfante", tanto pela imprensa, como pelos fãs nas redes sociais. Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, confessou que "era óptimo" ver Céline Dion a actuar novamente: "É um ícone canadiano, um talento incrível que superou muitas coisas para estar ali esta noite", escreveu no X. Laura Pausini, cantora italiana, também reagiu ao momento nas redes sociais: "As minhas mãos tremiam e os meus olhos choravam enquanto ouvia e via minha amada Céline Dion."

A artista também já deixou uma mensagem nas redes sociais onde assume estar "muito feliz" por voltar a uma das suas cidades favoritas: "Acima de tudo, estou muito feliz por celebrar esses atletas incríveis, com todas as suas histórias de sacrifício e determinação, dor e perseverança", prosseguiu Céline Dion, enviando uma mensagem de alento aos atletas nos Jogos Olímpicos. "Todos têm estado tão focados nos vossos sonhos e, levando ou não uma medalha para casa, espero que estar aqui signifique que isso se tornou realidade para vós. Todos deveriam estar muito orgulhosos, sabemos o quanto trabalharam para serem os melhores dos melhores. Mantenham o foco, continuem, o meu coração está convosco", escreveu.

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