Homem apanhado a traficar 104 cobras vivas — nas calças

O homem foi revistado no posto de controlo fronteiriço de Hong Kong para a cidade de Shenzhen, no sul da China.

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O homem, vestido com um casaco preto e calças largas, de mochila às costas, "não tinha nada a declarar" quando atravessou o movimentado posto de controlo fronteiriço de Hong Kong para a cidade de Shenzhen, no sul da China.

Uma revista revelou que transportava, de facto, contrabando. Na verdade, 104 escamosas peças de contrabando: era esse o número de cobras vivas que tinha nas calças, segundo as autoridades aduaneiras chinesas.

Um vídeo partilhado pela agência aduaneira mostra o homem a passar assertivamente pela fila de "nada a declarar" no terminal de Futian, um dos portos terrestres mais movimentados do mundo.

O homem foi retirado da fila para uma inspecção mais minuciosa (a alfândega não disse o que levantou a suspeita ou se foi aleatório), e a busca revelou que nos bolsos das calças levava seis sacos de lona com cordão, selados com fita adesiva. "Quando foram abertos, cada saco continha várias cobras vivas, de cores vivas e de diferentes formas e tamanhos", segundo um comunicado da alfândega.

O vídeo mostra dois agentes a examinar as cobras vermelhas, cor-de-rosa e pretas, que se contorciam em sacos de plástico no momento em que foram filmadas.

As cinco espécies identificadas — cobras-do-leite, cobras-do-milho, cobras-do-rato do Texas, hognose ocidental e gopher não são venenosas, são endémicas da América do Norte e encontram-se frequentemente no comércio de animais de estimação exóticos na China, onde correm o risco de se tornarem espécies invasoras.

Os contrabandistas de animais vivos na China podem receber multas até 50.000 yuan (pouco menos de sete mil euros), e violações graves podem levar a acusações criminais.

A agência aduaneira não revelou a nacionalidade do homem nem o que lhe aconteceu a seguir, e a delegação de Shenzhen não respondeu aos pedidos de contacto do Washington Post.

Não é a primeira vez que são identificados em Futian viajantes que transportam um "zoo ambulante". Em Setembro, uma mulher foi encontrada com 15 cobras vivas, quatro centopeias gigantes da Amazónia (a maior espécie de centopeia do mundo) e uma escinco-de-língua-azul​ nos bolsos das calças e no capuz. Alguns meses antes, uma mulher foi apanhada a esconder cinco cobras na camisola de alças.

Pequim proibiu a caça furtiva, o transporte e o comércio de animais selvagens em 2020, ano em que a pandemia de coronavírus terá começado num mercado em Wuhan onde eram vendidos animais selvagens. As leis de biossegurança e de controlo de doenças proíbem as pessoas de importar, abandonar ou libertar espécies não nativas sem autorização.


Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

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