Coordenador do plano de emergência da saúde antecipa conclusão das cirurgias oncológicas em espera

Eurico Castro Alves afirma que passará a haver responsabilização das administrações pela lista de espera para cirurgia oncológica e que patologias malignas terão prioridade.

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Eurico Castro Alves falou nas jornadas parlamentares do PSD Matilde Fieschi
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O coordenador do plano de emergência para a saúde prevê que os 9374 doentes oncológicos que em Março estavam a aguardar cirurgia possam estar operados até ao final deste mês de Julho, antecipando assim em um mês a meta definida pelo Governo. Eurico Castro Alves, que interveio nas jornadas parlamentares do PSD, recusou que o executivo esteja a recorrer sobretudo ao privado, alegando que 98,8% das 5600 cirurgias realizadas até 14 de Junho foram feitas no Serviço Nacional de Saúde.

O médico defendeu que a aplicação do plano de emergência está a tirar "muito mais" doentes das listas de espera das cirurgias do que aqueles que estão a entrar. E afirmou que está a ser equacionado um regime de responsabilização das administrações hospitalares pelas listas de espera da sua instituição para evitar a acumulação e demora na resposta, que incluirá a proibição de fazer passar à frente de doentes de patologia maligna os de patologia benigna que também precisem de cirurgia, abordagem que normalmente serve para as unidades de saúde melhorarem indicadores.

Sobre as urgências de ginecologia, o médico argumentou que 40% das situações "não são, na verdade, urgentes", e nas urgências gerais (6,2 milhões de episódios em 2023) a quota é idêntica, o que "prejudica os restantes 60%". Neste segundo caso, serão feitos dois projectos-piloto, em Lisboa e no Porto, para procurar evitar o recurso de doentes menos urgentes a alguns hospitais. E também se procurará, "até ao fim do ano", tirar dos hospitais os utentes que ocupam as chamadas camas sociais – doentes que já tiveram alta mas não têm mais para onde ir –, que em Junho eram 2164 pacientes.

Alegando que o sistema de distribuição das grávidas está agora muito mais eficiente – "mesmo quando uma urgência fecha, há duas ou três que estão abertas" –, Castro Alves vincou que se há um ano houve diversas situações de partos durante o transporte, "agora não há notícias de uma mulher que tenha ficado sem ser tratada ou que tenha tido a criança na ambulância." A linha SNS Grávida já atendeu mais de 9000 mulheres, acrescentou.

Eurico Castro Alves não poupou nos elogios ao seu próprio plano de emergência – "estamos a fazer mais do que os outros [do PS]", realçou – e foi tão ambicioso como António Costa que, em Setembro de 2016, prometeu que no ano seguinte todos os portugueses teriam médico de família atribuído. O coordenador do plano de emergência disse que este ano prevê o recurso a médicos que já estão reformados – "temos muitas centenas de médicos reformados próximos dos 70 anos e perfeitamente capazes de tratar doentes" –, mas também a profissionais do sector social e, em terceiro lugar, do sector privado. A que se somará o que classificou (sem especificar) de uma "reestruturação honesta e séria das listas de utentes por médico".

"Se conseguirmos implementar tudo, dentro de um ano temos uma grande cobertura nacional de médicos de família", afiançou o coordenador, para quem ainda haveria espaço para a abertura de mais uma ou duas faculdades de medicina.

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