Armeira de Rust diz que houve provas ocultadas e pede libertação

Durante as filmagens em 2021, a cineasta Halyna Hutchins foi atingida e morta por uma arma usada como adereço, que estava a ser manuseada na altura por Alec Baldwin

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Hannah Gutierrez-Reed Eddie Moore via REUTERS
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Os advogados de Hannah Gutierrez, a principal responsável pelo manuseamento de armas do filme Rust, afirmaram, num processo judicial, apresentado nesta quinta-feira, que os procuradores ocultaram provas que teriam favorecido a arguida durante o seu julgamento por homicídio involuntário.

O processo ocorre no momento em que um juiz do Novo México deve decidir, nesta sexta-feira, sobre um pedido da equipa jurídica de Alec Baldwin para que uma acusação de homicídio culposo contra ele pelo tiroteio durante as filmagens de Rust seja descartada.

Durante as filmagens em 2021, a cineasta Halyna Hutchins foi atingida e morta por uma arma usada como adereço, que estava a ser manuseada na altura por Baldwin.

De acordo com o processo, os promotores estaduais possuíam um relatório dos seus próprios especialistas em armas de que a arma usada no cenário de Rust tinha “marcas inexplicáveis em superfícies críticas”.

Segundo o advogado de Gutierrez, Jason Bowles, isso constitui uma prova de que a arma poderia ter disparado acidentalmente, como argumentaram as equipas jurídicas de Baldwin e Gutierrez, e poderia ter levado a que ela não fosse considerada culpada no julgamento.

Bowles solicitou que Gutierrez fosse libertada da prisão, enquanto se aguarda um novo julgamento, e disse que teve conhecimento da informação durante as audiências probatórias realizadas no processo de Baldwin esta semana, descrevendo-a como uma “prova ilibatória bombástica”, retida pelos procuradores, que “teria resultado num julgamento fundamentalmente diferente e provavelmente num resultado diferente” para a sua cliente.

Os procuradores do Estado não responderam às chamadas efectuadas fora de horas. Durante as audiências probatórias no caso de Baldwin, um dos peritos em armas do Estado disse que, embora tivesse dito num relatório que as marcas na arma poderiam não ter sido causadas durante os testes do FBI, mais tarde determinou que tinham sido.

Em Março, Gutierrez, de 27 anos, foi considerada culpada de homicídio involuntário por ter carregado por engano um cartucho de munição num revólver que Baldwin estava a utilizar num cenário de cinema em Santa Fé, Novo México. Em Abril, foi condenada a 18 meses de prisão.

O tiroteio, que chocou Hollywood, terá sido a primeira vez nos tempos modernos que um membro de uma equipa de filmagem ou do elenco foi morto por uma bala acidentalmente carregada numa arma.

O julgamento de Baldwin está marcado para 10 de Julho, depois de um grande júri o ter acusado de homicídio involuntário em Janeiro.