Alemanha exige reconhecimento do direito de Israel a existir para conceder cidadania

Governo reformula os critérios de nacionalidade para incluir a adesão aos valores do país, em resposta ao aumento do anti-semitismo na Alemanha.

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A medida foi anunciada pela ministra do Interior alemã, Nancy Faeser CLEMENS BILAN / EPA
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O reconhecimento do Estado de Israel é um dos requisitos para a obtenção da cidadania alemã que consta na nova Lei da Nacionalidade, que entra em vigor esta quinta-feira. O requisito foi confirmado pela ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, que afirma que a lei, que abriu a possibilidade de haver pessoas com dupla nacionalidade, é muito mais estrita na atribuição da nacionalidade a quem "partilhe os valores" da Alemanha.

"Qualquer pessoa que partilhe os nossos valores e faça um esforço pode agora obter um passaporte alemão mais rapidamente e já não tem de abdicar de parte da sua identidade ao renunciar à sua antiga nacionalidade", afirmou a ministra, citada pelo jornal britânico Financial Times. "Deixamos igualmente claro: quem não partilhar os nossos valores não pode obter um passaporte alemão. Traçámos aqui uma ‘linha vermelha’ muito clara e tornámos a lei muito mais rigorosa do que antes", disse Faeser.

A ministra confirmou que nos testes de nacionalidade "foram acrescentadas novas perguntas sobre temas como o anti-semitismo, o direito do Estado de Israel a existir e a vida judaica na Alemanha".

É um anúncio semelhante ao que tinha sido realizado pela ministra do Interior do estado federado de Saxónia-Anhalt Tamara Zieschang, que tinha emitido uma nota às autoridades estaduais que lidam com os processos de naturalização a dizer que era necessária uma confirmação escrita do reconhecimento do Estado de Israel e a condenação de quaisquer esforços dirigidos contra a existência de Israel.

No site do Ministério do Interior lê-se que esta medida surge "em resposta ao aumento do anti-semitismo na Alemanha". Segundo o observatório federal alemão RIAS, os casos de anti-semitismo na Alemanha dispararam 83% em 2023, incluindo ataques a sinagogas, sendo que cerca de metade dos casos, de acordo com o observatório, são "relacionados com Israel". No entanto, segundo a Reuters, o Governo alemão tem sido criticado, incluindo por intelectuais alemães judeus, por confluir críticas ao Governo, ao Estado de Israel e manifestações de movimentos pró-palestinianos com manifestações de anti-semitismo.

Notícia corrigida sobre o âmbito nota emitida pela ministra do Interior do estado de Saxónia-Anhalt

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