Coreógrafo Fernando Duarte é o novo director da Companhia Nacional de Bailado

O fundador da Dança em Diálogos e ex-bailarino principal da companhia sucederá a Carlos Prado, que termina o seu mandato a 2 de Setembro.

Foto
Fernando Duarte DR
Ouça este artigo
00:00
03:46

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O coreógrafo e professor de dança Fernando Duarte vai ser o novo director da Companhia Nacional de Bailado (CNB), sediada em Lisboa, anunciou esta terça-feira o Organismo de Produção Artística (Opart), em comunicado.

Fernando Duarte, co-fundador da companhia Dança em Diálogos, foi escolhido através de um concurso internacional lançado em Março deste ano, e vai iniciar funções a 2 de Setembro, sucedendo a Carlos Prado, actual director, que termina o mandato a 30 de Agosto.

Nascido em Lisboa, em 1979, Fernando Duarte estudou na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, sob orientação dos professores Maria Bessa e António Rodrigues, e estagiou na Companhia de Dança Contemporânea. Ingressou na CNB em 1996, tendo sido bailarino principal da companhia; ali dançou, sublinha a instituição que agora dirigirá, "os papéis principais do repertório clássico, assim como bailados do universo neoclássico e contemporâneo". Entre 2005 e 2007 foi solista no Ballet Nacional da Noruega.

De 2011 a 2017 foi mestre de bailado e ensaiador na CNB, onde também coreografou novas versões de O Lago dos Cisnes (2013), O Quebra-Nozes (2014), O Pássaro de Fogo (2015) e La Bayadère (2016).

Coreografou também para as companhias CeDeCe – Companhia de Dança Contemporânea e Dançarte, assim como vários duetos para galas internacionais de bailado. Foi co-autor dos espectáculos para crianças Cinderela em bicos de pés e Dó, Ré, Mi, Perlimpimpim.

Lecciona Técnica de Dança Clássica desde 2008 e é actualmente professor na Escola Artística de Dança do Conservatório Nacional, assim como professor convidado em diversas escolas nacionais e internacionais. Está a fazer o doutoramento em Estudos Artísticos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo a sua tese o título provisório de Gestos que contam: narratividade e coreologia no bailado narrativo contemporâneo, e é investigador doutorando no Instituto de História de Arte da mesma universidade.

Em 2018 fundou a companhia Dança em Diálogos, de que é director artístico, e com a qual ganhou o Prémio da Dança Anna Mascolo da Mirpuri Foundation, pelo bailado Murmúrios de Pedro e Inês.

O júri do concurso foi presidido pela presidente do conselho de administração do Opart, Conceição Amaral, e composto por Rui Morais, vogal da administração do Opart, Mark Deputter, administrador e director artístico da Fundação Culturgest, Olga Roriz, coreógrafa e directora da Companhia Olga Roriz, e Ted Brandsen, coreógrafo e director artístico do Ballet Nacional Neerlandês.

Na justificação da escolha o júri considerou que, "apesar da grande qualidade das cinco candidaturas seleccionadas para a fase das entrevistas, a proposta programática, a formação e a experiência artística de Fernando Duarte reuniram unanimidade na decisão, distinguindo-se pela sua clareza e abrangência", indica a nota de imprensa.

"O seu percurso pessoal e artístico, bem como o seu conhecimento do sector das artes performativas e a sua capacidade de comunicação e expressão, demonstrados durante a entrevista, evidenciam igualmente a sua preparação para a necessária representação institucional, resolução de problemas e para a gestão de equipas", considerou ainda o júri.

Citado pelo mesmo comunicado, Fernando Duarte diz querer “contribuir para um serviço público de excelência em dança, por todo o território nacional”, alicerçado em valores como “a excelência técnica e artística do corpo artístico e de criadores, a participação comunitária, a coesão social e cultural, a formação contínua, o pensamento, a acessibilidade, a sustentabilidade (financeira e ambiental), a diversidade e o desenvolvimento e bem-estar colectivo”.

O concurso internacional para a direcção artística da CNB recebeu um total de 46 candidaturas, nove de cidadãos portugueses e 37 de estrangeiros, 21 elegíveis, segundo a mesma fonte do Opart.