Martín Sued & Orquestra Assintomática com Castor e Pollux ao vivo em Lisboa

A próxima “segunda assintomática” da orquestra criada pelo bandoneonista argentino Martín Sued tem como convidadas as irmãs Inês e Teresa Campos. Dia 17, na Fábrica Braço de Prata.

Foto
MartÍn Sued & Orquestra Assintomática na Fábrica Braço de Prata DR
Ouça este artigo
00:00
04:24

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Foi há dois anos que Martín Sued e a Orquestra Assintomática criaram um espectáculo regular, sempre às segundas-feiras, a que deram o nome de “segundas assintomáticas”. Fizeram-no com uma periodicidade mensal, às vezes quinzenal, e por ele já passaram numerosos convidados. O próximo é no dia 17 de Junho, na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, e tem como convidadas as irmãs Inês e Teresa (Teia) Campos, ambas do grupo de canto polifónico Sopa de Pedra, mas aqui num projecto em duo, Castōr e Pollūx. As portas abrem às 20h e o concerto é às 20h30.

O projecto Orquestra Assintomática é uma criação do bandoneonista argentino Martín Sued, nascido em Buenos Aires, em 1983, e actualmente a residir em Portugal. Em 2019, Sued lançou um primeiro disco a solo, Iralidad, depois de trabalhar na Argentina com vários colectivos que foi formando (Tatadios, Chiche Trío ou o duo Sued-Nikitoff), a par de parcerias com músicos de vários países. A Orquestra Assintomática nasceu da pandemia de covid-19 e estreou-se em Lisboa, ainda no final de 2020, ano em que a pandemia obrigou a prolongados confinamentos. O seu álbum de estreia derivou também da experiência pandémica, até no título: Igual Estamos Acá, como quem diz “continuamos a estar aqui” ou mesmo “aqui estamos, seja lá como for”. Quando ao nome da orquestra, como Martín Sued explicou ao PÚBLICO em 2022, “surgiu como uma piada”: “Tínhamos passado tanto tempo fechados em casa, que começámos a encontrar-nos com frequência. Até essa altura, nenhum de nós tinha tido covid (depois todos tivemos) e alguém disse, numa noite, que ninguém apanhava covid porque éramos uma orquestra assintomática. Ficou como nome para os ensaios e depois ficou para sempre.”

As “segundas assintomáticas”, para dar continuidade ao título, nasceram em Maio de 2022 e trouxeram novas características às suas apresentações ao vivo. “Em vez de ser apenas um concerto, tem características multidisciplinares”, explica Martín Sued ao PÚBLICO. “Não só pela inclusão na orquestra de um apresentador, o actor italiano chamado Donatello Brida, que é a aparição da palavra num concerto que é instrumental. Ele declama uns textos que escrevemos juntos e há também figurinos e uma cenografia pintada por um outro artista italiano. É um espectáculo que parte da música mas integra também elementos de teatro, dança e cenografia.”

Com o tempo, o espectáculo foi ganhando novas parcerias, de várias áreas e proveniências. “Começámos a ter artistas convidados e, em cada segunda, há um artista com uma participação curtinha à qual se soma outras com arranjos meus para uma actuação conjunto dos convidados com a orquestra.” Entre os nomes que já passaram por estas “segundas assintomáticas” contam-se nomes como António Zambujo, Salvador Sobral, Maria João e João Farinha, Yamandú Costa (Brasil), o Grupo de Músicos Refugiados do Afeganistão, a Folk Band Lita (vozes femininas, refugiadas da Ucrânia), Iroko Trio (Brasil/Venezuela/França), Juanjo Corbalán Quarteto (Paraguay), Delfina Cheb (Argentina), Circular Vozes (Argentina/Brasil/Portugal), Fred Martins (Brasil), Martin, Buscaglia (Uruguai), Selma Uamusse (Moçambique), Jon Luz (Cabo Verde), Nancy Vieira (Cabo Verde), Carlos Aguirre (Argentina), entre outros.

“Destas parcerias surgiram algumas coisas importantes”, diz Martín Sued, “entre as quais está um disco gravado com Yamandú Costa, com composições dele e arranjos meus, um disco que se chama Saga e vai sair mais para o final do ano.” A participação do duo Castōr e Pollūx no concerto de dia 17 terá também arranjos feitos especialmente para a ocasião por Martín Sued. O nome deste duo vem da mitologia greco-romana: Castōr e Pollūx eram irmãos gémeos inseparáveis e dão o nome às duas estrelas mais brilhantes da constelação de Gémeos. Ora as irmãs Inês Campos e Teia Campos nasceram no signo de Gémeos, no dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, e é nas músicas que as fizeram crescer que centram este projecto.

Actualmente, a Orquestra Assintomática tem alguns elementos novos relativamente à formação original e apresenta algumas novidades no repertório. Além de Martín Sued, no bandoneón e nas composições, compõem o grupo Gustavo Cabrera (violino), João Pedro Coelho (piano e sintetizadores), Franco Dall’Amore (guitarra eléctrica), Mario Capodicasa (contrabaixo), Sandra Martins (violoncelo) e, como “apresentador metafísico”, Donatello Brida.

Sugerir correcção
Comentar