“Cheira a Favaios”, refuta Manuela Fernandes, quando nos ouve dizer “cheira a pão quente”. Pela energia que ainda ia acusando, de volta das pás e a atender os clientes, ninguém diria que já levava com seis horas de trabalho no corpo. “Começámos a amassar às 5h”, testemunhava a padeira de 74 anos, mais conhecida como Manuela “Barriguda”. Com a ajuda da filha Assunção, naquela manhã estava a cumprir um dia normal de trabalho na sua padaria, assegurando a cozedura e venda de “uns 400 a 500 pães”. “Ao fim-de-semana, têm de ser mais”, atirava a mulher que só tem direito a descansar “aos domingos e dias santos”. Tudo para que não falte o alimento à clientela que já não passa sem aquele pão tradicional. “Só leva farinha, água, sal e fermento de padeiro”, afiança esta padeira que já contabiliza mais de 50 anos de profissão. Começou aos sete, com os pais, e hoje é a “mais antiga” da aldeia de Favaios.
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