PJ detém três pessoas em esquema de desvio de dinheiro no grupo Chimarrão

Em causa poderão estar crimes de acesso ilegítimo, sabotagem informática, burla informática, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

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Segundo a PJ, os suspeitos assumiram gradualmente o controlo das empresas do grupo Daniel Rocha
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A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta quarta-feira três pessoas numa investigação de cibercrime e criminalidade económico-financeira relacionada com a facturação do grupo de restauração Chimarrão, revelou o órgão de polícia criminal.

Segundo um comunicado da PJ, a operação "Assinatura d"Ouro", a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, cumpriu 25 mandados de busca domiciliárias e não domiciliárias.

Em causa poderão estar crimes de acesso ilegítimo, sabotagem informática, burla informática, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

Através da obtenção do domínio informático do grupo, os detidos passaram a controlar "todo o sistema informático relacionado com a facturação, fazendo seu aquele que era o património pessoal do fundador e das empresas do grupo" de restauração.

A PJ acrescentou que os suspeitos se aproveitaram da "situação de vulnerabilidade das vítimas", assumindo gradualmente o controlo das empresas do grupo e desviando "património avaliado em dezenas de milhões de euros".

A operação decorreu no âmbito de um inquérito em curso no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e possibilitou a recolha de provas documentais e digitais, bem como a apreensão de imóveis, veículos de luxo, contas bancárias e participações em sociedades.

Em comunicado, o grupo de restauração Chimarrão assumiu ter sido o denunciante do esquema criminoso na facturação da empresa e garantiu ser vítima dos crimes que levaram à operação.

Numa nota enviada à Lusa, o grupo sublinhou que a investigação da PJ "foi destinada a apurar factos cometidos por terceiros, que se aproveitaram da fragilidade física e psíquica do anterior proprietário, já falecido, e da sua mulher doente, incapacitada e diagnosticada com Alzheimer desde 2014".

"Os actuais proprietários, filhos e netos, bem como o Chimarrão, foram os denunciantes dos crimes em investigação e são vítimas dos actos abusivos e de delapidação do património familiar, cuja extensão ainda está por apurar", pode ler-se ainda no comunicado.

Os detidos vão ser presentes ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, para o primeiro interrogatório e aplicação das respectivas medidas de coação.

Actualizado com a informação do grupo Chimarrão