Taxa de juro de novos créditos à habitação abaixo da zona euro

Taxas mistas foram a opção escolhida em 75% dos empréstimos, com apenas 20% com taxas Euribor, o que ajuda a explicar a descida das taxas médias.

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Descida das taxas está a incentivar maior recurso ao crédito à habitação Manuel Roberto
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A taxa de juro das novas operações de crédito à habitação (inclui empréstimos novos, mas também empréstimos renegociados) caiu de 3,88%, em Março para 3,75% em Abril. Apesar de ter sido ligeira a redução, é a primeira vez desde Setembro de 2022 que esta taxa fica abaixo da média do valor da área do euro, que se fixou em 3,77%, destaca o Banco de Portugal, nos dados divulgados esta quarta-feira.

Isolando apenas os novos contratos para compra de casa, a taxa média diminuiu 0,05 pontos percentuais, fixando-se em 3,63%. Já nos contratos renegociados, a taxa de juro média é mais elevada, verificando-se uma redução em 0,25 pontos percentuais, para 4,05%.

A ajudar à descida das taxas médias está o facto de 75% dos novos empréstimos à habitação (que ascenderam a 1339 milhões) terem sido contratados a taxa mista.“Este é o valor máximo desde o início da série estatística, em Dezembro de 2021”, destaca o BdP. A oferta de taxas mistas, em que a parte fixa tem a duração de dois ou três anos, que são a maioria, está actualmente em valores significativamente mais baixos face às variáveis.

Em Abril, a percentagem de novos empréstimos associados às taxas Euribor ficaram-se em 20,8%, percentagem que contrasta com os cerca de 90% até 2021.

Em termos de stock, o peso dos empréstimos a taxa mista ascendeu a 22%, em Abril, enquanto os que têm taxa fixa durante todo o contrato se ficam por 4,1%, sem grandes alterações nos últimos anos.

A crescente opção por taxas mistas de curto prazo, em que, na maioria dos casos, a taxa fixa tem duração de apenas dois ou três anos, passando depois a variável, explicará parte da descida das taxas em Portugal face à média da zona euro, e mesmo face ao valor actual das taxas Euribor. Em vários países da zona euro, a opção principal no crédito à habitação é por taxas fixas, ou mistas, com prazo de fixação mais longo.

O montante dos novos contratos de empréstimos aos particulares aumentou 71 milhões de euros em Abril, para um total de 2061 milhões e euros, repartido pelas finalidades de habitação (+31 milhões de euros, para 1339 milhões), de consumo (+30 milhões de euros, para 491 milhões) e de outros fins (+10 milhões de euros, para 231 milhões).

As operações de renegociação de contratos diminuíram 138 milhões de euros, para 527 milhões de euros, uma tendência que se verifica pelo quarto mês consecutivo. O valor de Abril é cerca de metade do máximo registado em Setembro de 2023, quando atingiu cerca de mil milhões de euros.

As renegociações de crédito envolveram, na quase totalidade, empréstimos à habitação (484 milhões de euros, menos 129 milhões que em Março), e os restantes 45 milhões de euros foram em crédito ao consumo.

As amortizações de crédito à habitação representaram 0,93% do stock de empréstimos, mais 0,05 pontos percentuais do que no mês anterior. E, neste domínio, as amortizações antecipadas totais (que incluem os contratos finalizados por amortização da dívida do devedor, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito para outra instituição) representaram 91% das amortizações antecipadas.

Nos empréstimos ao consumo, a taxa média de novas operações foi de 9,63% em Abril (9,54% em Março). Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média diminuiu 0,19 pontos percentuais, para 4,89%.

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