Bertrand Mandico e Elina Löwensohn são os primeiros nomes do Curtas 2024

De 12 a 21 de Julho, o festival de Vila do Conde recebe a actriz de culto e o realizador marginal para um olhar sobre a sua colaboração transgressiva no cinema.

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Boro in the Box, de Bertrand Mandico, venceu o Curtas Vila do Conde em 2011 cortesia curtas vila do conde
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She is Connan, de Bertrand Mandico cortesia curtas vila do conde
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Em Sombre, de Philippe Grandrieux, Elina Löwensohn tem um dos seus papéis mais reconhecidos no cinema cortesia curtas vila do conde
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Começa a levantar-se o véu sobre a edição 2024 do Curtas Vila do Conde, a decorrer de 12 a 21 de Julho — com o anúncio da vinda a Portugal dos convidados de honra Bertrand Mandico e Elina Löwensohn. Mandico é um dos nomes mais prolíficos e interessantes do actual cinema “marginal”, senhor de uma obra inclassificavelmente intrigante e insuficientemente conhecida, que venceu o Curtas em 2011 com a sua homenagem a Walerian Borowczyk Boro in the Box. Elina Löwensohn é uma actriz de culto que conhecemos dos primeiros filmes de Hal Hartley, mas também de obras de Abdellatif Kechiche, Xavier Giannoli ou Yann Gonzalez, e que trabalhou recentemente com Carlos Conceição na longa Bodyhackers.

Há 15 anos que o realizador francês e a actriz romeno-americana dão corpo a uma colaboração cinematográfica multiforme e transgressiva, que o Curtas irá apresentar num programa retrospectivo na secção In Focus. O ciclo conjuga uma dúzia de curtas e longas resultantes da colaboração entre Mandico e Löwensohn, três filmes de culto com a presença da actriz no elenco e uma “carta branca” ao realizador. Esta última, uma selecção como habitual de curtas e médias-metragens, mostrará obras de Marguerite Duras, Jean-Luc Godard, Federico Fellini (Toby Dammit, o seu segmento de Histórias Extraordinárias) ou Peter Tscherkassky.

Quanto aos filmes próprios de Mandico, o título mais antigo é precisamente Boro in the Box, acompanhado por uma série de curtas realizadas ao longo dos últimos 15 anos e pelas longas Les Garçons Sauvages (2017, que competiu no IndieLisboa) e She is Conann (2023). De Löwensohn mostrar-se-á a trilogia de curtas que realizou em 2023, Rien Ne Sera Plus, e três dos seus papéis mais reconhecidos no cinema: Homens Simples (1992), de Hal Hartley, Nadja (1994), de Michael Almereyda, e Sombre (1998), de Philippe Grandrieux. Fica desde já água na boca para o 32.º ano do Curtas, do qual foi também já anunciado o programa de cine-concertos Stereo, que tem este ano como nomes fortes Lula Pena, Filipe Melo e Rafael Toral.

A compositora e cantora proporá um trabalho semi-improvisado em tempo real na Casa do Xisto (17 de Julho), enquanto Filipe Melo e João Pereira musicarão a seminal curta de Chris Marker La Jetée com narração de Beatriz Batarda (19 de Julho), e Rafael Toral terá o seu recente disco Spectral Evolution ilustrado visualmente por artistas emergentes no âmbito de uma residência artística na ESMAD (16 de Julho).

Outros concertos anunciados serão Ice Merchants, a curta de João Gonzalez acompanhada pelo próprio realizador/compositor ao vivo; A Pedra Sonha Dar Flor, o mais recente trabalho de Rodrigo Areias, inspirado por Raul Brandão, com banda-sonora ao vivo por Dada Garbeck; e MAU SANGUE, onde a música dos experimentalistas HHY & The Macumbas será acompanhada por imagens geradas em tempo real por inteligência artificial pelo colectivo Lunar Ring. Os bilhetes para estes concertos encontram-se já à venda, e a programação completa será anunciada no dia 20 de Junho.

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