Ténis: Matteo Arnaldi é mais um italiano talentoso
Iga Swiatek celebrou o 23.º aniversário com mais uma vitória em Roland Garros.
O ténis tornou-se popular em Itália no final dos anos 50, quando Nicola Pietrangeli conquistou o torneio de Roland Garros e liderou a selecção a duas finais da Taça Davis. Adriano Pannatta imitou a proeza em Paris, em 1976, ano em que levou para o país o título na Taça Davis. Actualmente, o número de praticantes supera os três milhões, mas foi preciso esperar quase 50 anos para os italianos voltarem a vibrar com o sucesso do ténis masculino. Em Dezembro, Jannik Sinner liderou a Itália à segunda conquista da Taça Davis e, em Janeiro, venceu o Open da Austrália. O futuro é risonho: no top 100 do ranking ATP aparecem nove italianos, seis com menos de 24 anos.
“Depois da Taça Davis, ganhámos muita energia, muitas pessoas vêem mais ténis em Itália”, começou por revelar Matteo Arnaldi. Dos oito que chegaram à segunda ronda em Roland Garros, três passaram à fase seguinte e dois, Arnaldi e Jannik Sinner, já asseguram a presença nos oitavos-de-final (quarta ronda). “Conhecemo-nos há muitos anos e quando vemos os nossos amigos a ter sucesso, queremos fazer o mesmo. Isso dá-nos confiança para irmos para o court e fazer um pouco mais”, acrescentou Arnaldi (35.º ATP), depois de derrotar Andrey Rublev (6.º), por 7-6 (8/6), 6-2 e 6-4, e qualificar-se pela primeira vez para os oitavos-de-final em Paris.
A exibição do italiano de 23 anos traduziu-se em 47 winners, 19 erros não forçados e 58% de pontos ganhos no segundo serviço adversário. E foi de tal modo consistente que o russo sentiu-se frustrado, perdeu por várias vezes o controlo e tornou-se no primeiro top 15 a ser eliminado no quadro masculino. “Penso que joguei o melhor ténis da minha vida. Durante dois sets é fácil, mas num ‘Slam’, jogar três sets a este nível… não estava à espera”, reconheceu Arnaldi, próximo adversário de Stefanos Tsitsipas.
Pouco depois, Sinner (2.º) eliminou Pavel Kotov (56.º), por 6-4, 6-4 e 6-4. Para imitar os compatriotas, Lorenzo Musetti (30.º) tem de vencer Novak Djokovic — numa reedição do duelo de 2021, no qual o italiano ganhou os dois sets iniciais, antes de abandonar na quinta partida, esgotado.
No ténis feminino, tem sido difícil repetir os feitos da geração formada por Francesca Schiavone, Flavia Pennetta, Roberta Vinci e Sara Errani (ainda no activo), mas há quatro representantes de Itália no top 100. A mais bem classificada, Elisabetta Cocciaretto (51.ª), registou uma melhor marca pessoal ao alcançar, aos 23 anos e pela primeira vez, a quarta ronda em torneios do Grand Slam, fruto do triunfo sobre Liudmila Samsonova (17.ª), por 7-6 (7/4), 6-2.
Iga Swiatek celebrou o 23.º aniversário eliminando Marie Bouzkova (42.ª), por 6-4. 6-2. Mas a grande figura do dia foi a sérvia Olga Danilovic, que veio do qualifying e vai estrear-se nos “oitavos” de um torneio do Grand Slam, depois de ter derrotado Donna Vekic (40.ª), por 0-6, 7-5 e 7-6 (10/8).