Psicólogos querem colaborar na prevenção da saúde mental dos polícias

Objectivo é ter boas práticas e desenhar programas de prevenção de modo que a actividade passe a ter um risco mais mitigado, seja no que diz respeito aos próprios agentes, seja às suas famílias.

Foto
Francisco Miranda Rodrigues reuniu-se com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco Rui Gaudêncio
Ouça este artigo
00:00
01:46

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) manifestou esta terça-feira ao Ministério da Administração Interna disponibilidade para colaborar na prevenção da saúde mental dos elementos das forças de segurança, que estão sujeitos a "um risco acrescido" nessa área.

A disponibilidade da ordem foi manifestada pelo bastonário Francisco Miranda Rodrigues num encontro com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que decorreu em Lisboa.

"Nós podemos contribuir com aquilo que podem ser boas práticas para o desenho de programas de prevenção de modo que esta actividade passe a ter um risco um pouco mais mitigado, seja no que diz respeito aos próprios agentes, seja também às suas famílias", adiantou à Lusa Francisco Miranda Rodrigues.

Os elementos das forças de segurança, pela natureza da sua actividade, "têm um risco acrescido em termos físicos e mentais", salientou o bastonário, ao adiantar que o anterior Governo já tinha manifestado interesse em trabalhar nessa área com a ordem.

"Viemos reiterar a nossa disponibilidade para darmos sequência a esses contactos iniciais e, se for essa a vontade do ministério, trabalhar conjuntamente com esse propósito", referiu Francisco Miranda Rodrigues, adiantando que a OPP pode dar um contributo ao nível da definição de boas práticas para a prevenção dos elementos dessas forças, o que pode passar também por uma maior literacia nessa área, ou seja, dotar os agentes de maior conhecimento sobre como podem proteger a sua saúde mental.

"A senhora ministra mostrou sensibilidade e até bastante preocupação sobre esse assunto", considerou o bastonário dos psicólogos, para quem o "importante é que esse tipo de trabalho seja feito", seja com o contributo da ordem ou pelos próprios meios do Governo.

Outro dos assuntos abordados na reunião com Margarida Blasco foi a avaliação psicológica dos seguranças privados, obrigatória desde 2013, com a ordem a disponibilizar-se para "olhar para os números" e avaliar como está a decorrer este processo em conjunto com o ministério.