Trust in News, dona da Visão e Exame, pede acesso ao PER para evitar falência

Grupo editorial proprietário das revistas Visão e Exame fez um pedido de acesso ao Plano Especial de Revitalização. Luís Delgado admite “situação crítica”.

Foto
Grupo Trust in News pede acesso ao PER para evitar falência Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
01:46

A Trust in News (TIN), grupo de comunicação social português detido por Luís Delgado, proprietário das revistas Visão, Exame ​e Caras, entre outros títulos, apresentou um pedido de acesso ao Plano Especial de Revitalização (PER) ao Juízo de Comércio de Sintra.

O PER é um regime que protege uma empresa em situação financeira difícil perante os seus credores, permitido a renegociação dívidas, de modo a evitar a falência.

“A Trust in News submeteu ao Juízo de Comércio de Sintra um Plano Especial de Revitalização (PER). Aguardamos decisão”, anunciou a administração do grupo editorial num comunicado a que o PÚBLICO teve acesso.

"Este instrumento de gestão foi pedido após uma análise cuidadosa da nossa situação financeira, com o objectivo de garantir a sustentabilidade e estabilidade a curto e longo prazo”, prossegue a administração.

Em Janeiro, o PÚBLICO noticiou atrasos no pagamento dos salários aos trabalhadores das publicações do grupo. Na altura, a delegada sindical da Visão, Clara Teixeira, denunciava atrasos nos vencimentos de Novembro e de Dezembro, bem como no subsídio de Natal. A situação encontrava-se em fase de resolução no início deste ano.

Já esta semana, o Expresso citava um e-mail que Luís Delgado enviou aos trabalhadores onde reconhecia uma "situação crítica", declarando-se contudo "totalmente focado em garantir o sucesso da reestruturação" necessária à viabilidade da empresa.

“O ano de 2024 arrancou mal, é verdade, e vocês estão a sofrer directamente esse impacto - que é insustentável e inaceitável - mas não vamos desistir nem desertar”, prosseguia Delgado, referindo-se aos salários em atraso.

Por agora, a administração garante que a empresa, que detém ainda o Courrier Internacional, a Activa e a Exame Informática, continuará a funcionar normalmente.

Sugerir correcção
Ler 9 comentários