FC Porto fechou um ciclo com uma taça

“Dragões” triunfam sobre o Sporting por 2-1 na final da Taça de Portugal. Taremi marcou o golo da vitória, de penálti, no prolongamento.

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Sérgio Conceição com a Taça de Portugal nas mãos,Sérgio Conceição com a Taça de Portugal nas mãos ANTONIO COTRIM / LUSA,ANTONIO COTRIM / LUSA
Evanilson marcou um dos golos do FC Porto
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Evanilson marcou um dos golos do FC Porto Maria Abranches / REUTERS
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Num ano em que tudo mudou, e muito mais se prepara para mudar, numa época em que foi mais o que correu mal do que o que correu bem, o FC Porto não se esqueceu dos seus hábitos vencedores e, neste domingo, conquistou a Taça de Portugal, com um triunfo por 2-1 sobre o Sporting. No Jamor, em mais uma final com prolongamento, os “dragões” jogaram grande parte do tempo em superioridade numérica e acabaram por chegar ao troféu com um penálti convertido por Taremi durante o tempo extra. Foi a 20.ª taça conquistada pela formação portista, a 16.º com Jorge Nuno Pinto da Costa e a quarta com Sérgio Conceição.

Uma época para ficar para a história, ou um epílogo para oferecer uma última conquista a um líder que se despede. Eram estas as duas formas de olhar para esta final que fechava mais uma época de futebol português. Amorim não queria ficar com o sabor amargo da derrota numa época em que as coisas voltaram a correr bem – fazer história, seria uma “dobradinha” que fugia aos “leões” desde 2002. Conceição queria adoçar a despedida de Pinto da Costa da liderança portista, e fazer deste último jogo uma última conquista.

O maior desafio para o Sporting seria ultrapassar a sua própria euforia e evitar a soberba de campeão. E o FC Porto teria de esquecer, durante 90 minutos (ou mais, se necessário), que o adversário que tinha pela frente fez mais 18 pontos no campeonato. Amorim e Conceição jogaram com o que tinham e não se pode dizer que tenham surpreendido. Nos “leões” a única relativa surpresa foi a inclusão de St.Juste no trio de centrais em vez de Diomande, mantendo-se o jovem Diogo Pinto na baliza, enquanto a já anunciada ausência do capitão portista Pepe foi colmatada com Zé Pedro.

O jogo começou e foi logo movimentado desde o primeiro minuto. O Sporting tentou uma primeira aproximação logo na bola de saída que acabou com Diogo Costa a antecipar-se a Trincão na pequena área. Logo na resposta, Evanilson acorreu a uma bola longa, Diogo Pinto hesitou em ir ao choque, mas acabou por compensar com uma boa intervenção. Estes primeiros instantes eram uma declaração de intenções dos dois lados. Ambos estavam preparados para correr e sem grande paciência para elaborar.

A bola viajava rapidamente de um lado do campo para o outro, com o Sporting a investir muito nas bolas paradas, o FC Porto a apostar nos ataques de pouca duração, em transição, e com volume de remates. E a história da primeira parte iria passar muito por estas duas formas de jogar. Aos 20’, num canto cobrado do lado esquerdo por Pedro Gonçalves, a bola viajou até ao segundo poste, para um cabeceamento certeiro de St. Juste.

Os “leões” não tiveram muito tempo para saborear a vantagem. Cinco minutos depois, o FC Porto nivelou o marcador. Numa bola bombeada para a área e sem perigo aparente, Geny Catamo desfez mal o lance e ofereceu a Evanilson, que aproveitou para fazer o empate com um remate rasteiro e colocado. O erro não forçado do moçambicano, mais o medo de Diogo Pinto em sair da sua pequena área, foram a receita para o avançado portista deixar tudo empatado.

As emoções fortes continuaram no relvado do Jamor. Numa bola em profundidade na direcção da baliza “leonina”, Galeno correu para a apanhar e St. Juste foi atrás dele. No contacto entre os dois, o brasileiro caiu já dentro da área e Fábio Veríssimo não teve dúvidas em assinalar penálti e expulsar o neerlandês – mas o VAR viu outra coisa, que a falta era fora da área e o penálti foi convertido em livre directo fora da área, mantendo-se o vermelho a St. Juste.

Com menos um, Amorim remodelou quase de imediato a sua defesa, com a entrada de Quaresma para o lugar de Morita. E Conceição mandou a equipa carregar, guardando o reforço do ataque para o início da segunda parte – Taremi foi a jogo para a segunda parte. E o que aconteceu foi o seguinte: os portistas montaram o cerco à área do Sporting, os “leões” ergueram o muro, tão alto e denso quanto podiam, com arame farpado e cacos de vidro no topo.

Foi a segunda parte toda assim. O FC Porto a viver acampado no meio-campo do Sporting, que, por seu lado, só conseguia criar perigo em lances de bola parada. Mas os “leões” conseguiram fechar o caminho da sua baliza durante toda a segunda parte. Para não variar, a final foi para tempo extra, como aconteceu sempre que Sporting e FC Porto se encontraram na final.

O cerco manteve-se e os “leões” faziam todos os possíveis para proteger o seu jovem guarda-redes. Mas não o conseguiram fazer aos 97’. Evanilson acorreu a uma bola pelo lado direito, Diogo Pinto foi disputar o lance, mas acertou no avançado brasileiro. Penálti indiscutível que Taremi, no seu último jogo com a camisola portista, converteu em golo. Teria o campeão mais alguma coisa para dar? Nada. O FC Porto fechava mais uma era a fazer aquilo que fez muito nas últimas quatro décadas: a ganhar.

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