Sérgio Conceição: “Foi o ano mais difícil destes sete”

Treinador portista não abriu o jogo sobre o seu futuro, mas houve um certo sabor a fim de ciclo na conferência de imprensa após o triunfo na final da Taça de Portugal.

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Sérgio Conceição, treinador do FC Porto ANTONIO COTRIM / LUSA
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Foram 378 jogos no banco do FC Porto e 11 títulos conquistados. São estes os dois números essenciais dos últimos sete anos da vida de Sérgio Conceição, que fechou mais uma época com mais um título – e ele tem conquistado sempre, pelo menos, um troféu desde que assumiu o comando técnico dos “dragões” em 2017. Se esta final da Taça de Portugal foi o último jogo e o último título no FC Porto, Conceição não abriu o jogo – “a decisão já está tomada na minha cabeça”. Mas deixou uma certeza. “Foi o ano mais difícil destes sete.”

“Houve em certos momentos alguma imaturidade, mas os jogadores tiveram uma dedicação incrível. Tomei algumas decisões que sofri com elas. Por tudo o que este clube viveu, foi um ano difícil, mas conquistámos mais um título. Desde que chegámos, todos os anos foi pelo menos um”, reforçou o treinador portista, acrescentando que os apelos dos adeptos para que continue no clube não irão influenciar a sua decisão.

Na hora de fazer um balanço, Conceição assumiu orgulho no trabalho feito, deixando no ar que o clube irá entrar numa nova era sem ele – mas não o deixou explícito. “Cheguei ao FC Porto num período em que passou quatro anos sem ganhar. Voltámos a ter a hegemonia do futebol português e amanhã começa uma nova era nesse sentido.”

Sobre a final, o técnico portista considerou que foi “uma vitória muito justa”, e que a superioridade numérica durante grande parte do jogo até lhe foi prejudicial: “Foi um jogo típico de final, competitivo. Tornou-se mais difícil para nós, com o baixar das linhas, com menos espaço do que normalmente teríamos e faltou-nos por vezes algum discernimento.”

Mais do que a Pinto da Costa, o presidente cessante que também se despediu com um troféu, Conceição dedicou o troféu à sua família: “Já a dediquei [Taça] no relvado à minha família, são muitas horas no FC Porto e normalmente quem paga é a família, que está sempre em dificuldade.”

Esta final ficou ainda marcada pela expulsão de Conceição, já durante o prolongamento. O técnico explicou as circunstâncias em que aconteceu e a sua opinião sobre a acção disciplinar, garantindo que nada tem a ver com o seu mau feitio – que não tem.

“Não tenho nada mau feitio, sou competitivo. Aprendi a lutar pelos meus sonhos, lutei muito e ninguém me deu nada de borla, sou muito exigente. Houve momentos durante a época e em outras épocas em que mereci ser expulso. Esta expulsão tinha a ver com o sair da minha área técnica. Saímos ali alguns metros, vi que o Evanilson se tinha aleijado, não acho justo. E não acho justo que os jogadores levem cartão por tirar camisola a festejar. É triste e desgastante, não teve nada de especial, mas fiquei triste por não acabar a época onde devia estar, no banco.”

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