Palcos da semana: Temps d’Images, livros, Yannatou e muita (e longa) festa

Entre a Feira do Livro de Lisboa e o Serralves em Festa no Porto, temos música de Savina Yannatou, uma Ibéria revista pela Peripécia e estreias no festival Temps d’Images.

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Deus Só, de Sara “La Negra” Ribeiro, é um dos espectáculos em estreia no Temps d'Images Alípio Padilha
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A cantora grega Savina Yannatou regressa com Primavera en Salonico e Lamia Bedioui Maarit Kytoharju
Peripécia Teatro
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Ibéria, a primeira peça da Peripécia Teatro, ressurge reformulada nos 20 anos da companhia DR
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Strong Born, de Kat Válastur, um dos destaques do 18.º Serralves em Festa Vito Walter
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A 94.ª Feira do Livro de Lisboa espera receber um milhão de visitantes DR
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Imagens de um mo(vi)mento

Com nova direcção artística e com a música a reentrar na equação, volta a ser Temps d’Images em Lisboa. Está prestes a começar o primeiro momento (o segundo virá em Outubro) do festival onde “a imagem encontra o palco”. Agora com António Câmara Manuel, Ana Calheiros, Leonardo Garibaldi e Maria João Garcia aos comandos, lança-se à 22.ª edição.

Logo na abertura, Ana Libório, Bruno José Silva e João Estevens propõem interacções artísticas com a ciência, em Cosmic Phase/Stage. Deus Só surgirá como concerto visual embebido da “energia feminina potente e camaleónica” de Sara “La Negra” Ribeiro. Cire Ndiaye presta homenagem à cantora norte-americana Eartha Kitt enquanto “celebra a resistência através da arte”. A vídeo-instalação Dobra, de Mariana Ramos, conjuga escultura e dança. Da peça Matagal, de Eduardo Breda, há-de ficar a pergunta: “será que a resistência pode existir na contemplação da natureza e na procura pelo ritmo certo de cada palavra?”

O programa completa-se com um filme de Olga Ramos sobre Francisco Camacho na remontagem de Gust (peça emblemática de 1997) em 2023, outro de Sofia Marques em busca da Verdade ou Consequência? no percurso de Luis Miguel Cintra e uma conversa entre as companhias SillySeason e Tercer Abstracto.

Em águas de Yannatou

Savina Yannatou, a cantora grega que insiste em deixar boas memórias por cá (que o diga o Festival de Músicas do Mundo de Sines), está de volta com as cambiantes de uma voz que tanto se alimenta das próprias raízes como de coordenadas referentes a Espanha, Moldávia, Bulgária, Itália, Ucrânia, Itália, Palestina, EUA ou, neste caso, Tunísia.

É de lá que chega outra cantora, Lamia Bedioui, para ser cúmplice de um espectáculo em que todas as canções exploram mitos e tradições relacionadas com a água. Com Savina vem também o grupo Primavera en Salonico, fundado por ela em meados dos anos 1990, quando zarpou da reputação que já tinha firmado na música erudita (em que tem formação) para o eclectismo das sonoridades étnicas.

Peripécia renova Ibéria

Vila Real prepara-se para festejar com a Peripécia Teatro os seus 20 anos “de produção, de criação e de intervenção”. Em honra de um percurso que tem tido “a comédia como eixo orientador e a vontade de chegar a diferentes públicos como missão”, a companhia da terra resolveu assinalar a ocasião com uma revisão da matéria – mais concretamente, de Ibéria - A Louca História de Uma Península.

Estreada em 2004, a peça inicial ressurge agora “de aspecto visual reformulado”, mas sem perder pitada da “ironia e propensão para o absurdo” que têm marcado a sua extensa carreira de palco. É dirigida por José Carlos Garcia, com Noelia Domínguez, Sérgio Agostinho e Ángel Fragua como intérpretes e criadores, e com Bruno Mazeda encarregue do som e da música ao vivo.

Serralves não pára

Os sons “cósmicos” dos Tangerine Dream. Os malabarismos da trupe de circo contemporâneo Gandini Juggling. A Terra Cobre que junta João Pais Filipe a Marco da Silva Ferreira. O trio que dança Strong Born, da coreógrafa grega Kat Válastur. Ecos são-tomenses trazidos pelos não menos que lendários África Negra. Chicotes agitados por Agnès Geoffray. Ustad Noor Bakhsh a tocar benju. Toupeiras gigantes saídas da imaginação de Philippe Quesne e prontas para a (fan)farra.

Todos eles (e muitos outros) contribuem para a 18.ª edição de Serralves em Festa, 50 horas em regime non-stop, com espectáculos e artes de toda a ordem, por todo o lado e à medida de todo o público. No ano passado, foram cerca de 290 mil as pessoas que passaram por lá.

Livros ao milhão

Em Lisboa, a festa é outra: uma Feira do Livro expandida, melhorada em acessibilidade e ansiosa por ultrapassar os 895 mil visitantes de 2023, rumo à marca de um milhão. Nesta 94.ª edição cabem “960 marcas editoriais representadas por 140 participantes, distribuídos por 350 pavilhões”, enumera a organização, da responsabilidade da APEL - Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa.

À margem, estão agendados perto de dois milhares de eventos, sejam concertos (de Joana Alegre, JP Simões e Ela Li), oficinas, leituras, exposições, convites para Acampar com Histórias, ofertas especiais na Hora H (a última da feira, de segunda a quinta), ou os habituais lançamentos, sessões de autógrafos e encontros com autores.

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