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Assim foi a noite de protesto dos activistas pró-Palestina na Faculdade de Ciências
Durante o dia e noite dentro, várias dezenas de activistas concentraram-se em frente e no interior das instalações do Departamento de Ciência de Computadores da Universidade do Porto.
Passavam poucos minutos das 23h desta segunda-feira quando algumas dezenas de activistas pró-Palestina formaram um círculo frente ao edifício do Departamento de Ciência de Computadores (DCC) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) — desde quinta-feira que lá estão e, como tem sido habitual naquele jardim do estabelecimento de ensino em causa, aproximaram-se para mais uma das assembleias que têm servido para debater o protesto, àquela hora ainda em curso. Alguns agentes da PSP já por lá tinham passado para tentarem desmobilizar o protesto e alguns membros do grupo — que inclui alunos e outros cidadãos que se juntaram à causa — mantinham-se dentro de uma das salas do prédio, depois de a terem ocupado durante o dia.
A polícia chegou perto das 20h, hora a que a direcção da faculdade tinha estabelecido como limite para que quem protesta desmobilizasse, mas os agentes policiais acabaram por abandonar as instalações da FCUP sem que ninguém dali saísse.
Cá fora, perto da meia-noite, algumas dezenas de pessoas continuavam a entoar cânticos de apoio à Palestina. Na base do protesto estão as mais de 35 mil pessoas que já morreram em Gaza, na sequência dos sete meses da ofensiva militar israelita. O objectivo é convencer a universidade e a reitoria a cortarem relações com entidades e empresas israelitas que apoiem a ofensiva militar em curso em Gaza.
Perto da viragem para a entrada noutro dia, os cartazes de apoio à causa palestiniana continuavam expostos e mais de uma dezena de tendas continuavam montadas no jardim da FCUP frente ao DCC. Os activistas aguardavam nessa altura o eventual regresso dos agentes policiais, mas seguros de que não iriam desmobilizar. À 1h, Alípio Jorge, director do DCC, emitiu um comunicado a dar conta de que, "devido à ocupação", não irão decorrer "quaisquer actividades académicas, incluindo aulas ou avaliações dentro do edifício FC6, até à direcção da FCUP dar novas indicações". Até lá, será vedado o acesso ao edifício.
Os estudantes acabaram mesmo por desmobilizar perto das 8h, escreve a Lusa. Num comunicado enviado ao P3, o grupo explica que "durante a madrugada" e, "na ausência de comunicação social" foi "accionado um fortíssimo contingente policial" para os desmobilizar — e que, caso não o fizessem de livre vontade, seriam retirados à força. "Face a esta ameaça e à atitude antidemocrática e desproporcional da direcção da FCUP", decidiram "proteger a integridade física e psicológica" dos envolvidos, justificam. ABV